As circunstâncias colocam-me (e colocam-nos a todos, creio) perante o drama de não saber que interpretação darão tantos de nós a expressões que, por estes dias, pronunciamos vezes sem conta.

A questão é saber se o “Feliz Natal”, o “Bom Ano Novo”, ou fórmulas similares, são entendidos como simples cortesias epocais (frias, impessoais, distantes), ou como reais expressões de fraternidade (quentes, amigas, próximas).

É que os tempos esmagam-nos com um combinado de factores que colocam sob suspeita o entendimento linear das linguagens, torturadas pelas novas semânticas do desemprego, do salário reduzido, do trabalho precarizado, da desigualdade social crescente, que fazem ultrajante o número daqueles para quem o Natal será amargo e o Novo Ano uma tortura.

Mas estas circunstâncias podem propiciar – trágico será se tal não acontecer – o nascimento de uma nova ordem social, construída sobre pilares de maior igualdade e de maior fraternidade. O mundo (o nosso, particularmente) chegou aonde chegou porque nos esquecemos de aplicar princípios tão basilares como aqueles que, na nossa civilização, têm 2 mil anos de proclamação – e continuam plenamente actuais.

A todos os Poveiros e amigos da Póvoa desejo, em nome do Município e em nome pessoal,

 Feliz Natal! Bom Ano Novo!

 

 O Presidente da Câmara

 

AssinaturaMacedo

  José Macedo Vieira