Os vários eventos em
agenda, que incluem exposições, mostras documentais e ainda uma conferência,
contribuem para que mais factos se conheçam sobre este conturbado período da
História de Portugal, mais especificamente sobre a forma como a Póvoa de Varzim viveu esses
acontecimentos. Todas as iniciativas são de entrada livre e uma oportunidade a
não perder. Aceite a nossa sugestão e comece este roteiro histórico com a
visita às três exposições que, às 15h00, são inauguradas no Arquivo, na Biblioteca
e no Museu Municipais.

“Testemunhos da República no Arquivo Municipal” é uma mostra que
“viaja” até à Póvoa de Varzim de 1910 através de registos documentais,
cuidadosamente preservados naquela que é a Casa da Memória Poveira. Na
Biblioteca, “A Póvoa de Varzim na Maré da
República”
faz-se valer também da documentação ali preservada em
colecções para dar a conhecer o período da 1ª República na Póvoa de Varzim, não
esquecendo o movimento republicano poveiro que despontou em 1891 e
 seus protagonistas. A imprensa local
assume particular destaque nesta exposição, pois é a principal fonte de
informação sobre
 as lutas partidárias, a governação
municipal e
 as transformações da paisagem urbana e ainda sobre a vida social e
cultural poveira. Os problemas da pesca, o operariado e as greves, os fluxos
migratórios e as consequências da 1ª Guerra Mundial
 na economia local também são abordados.  Aos visitantes da exposição serão
oferecidas reproduções de documentos históricos que marcaram a história da
Póvoa de Varzim durante a 1ª República. “A
República na Póvoa de Varzim. Da Monarquia ao Estado Novo”
é o nome da
exposição que estará patente no Museu Municipal, apresentando imagens e peças deste
período. Mobiliário, faianças, trajes, fotografias e artefactos de uso
corrente, são alguns dos objectos expostos, retratando um período que vai desde
a primeira revolta republicana, a 31 de Janeiro de 1891, até ao 28 de Maio de
1926, altura em que a
República é substituída pela Ditadura Militar. Especial
relevo será dado a Santos Graça, que, para além de fundador do Museu da Póvoa e
autor de valiosa bibliografia local, teve um especial papel na implantação da
república e na administração do município republicano da Póvoa de Varzim.

Por último, o 5 de
Outubro termina com a conferência proferida
por João Francisco Marques, às 17h00, no Salão Nobre. João Francisco Marques
nasceu a 9 de Janeiro de 1929, na Póvoa de Varzim, estudou humanidades,
filosofia e teologia nos Seminários Arquidiocesanos de Braga. Licenciado e
doutorado em
História pela Universidade do Porto e professor catedrático,
foi catedrático de nomeação definitiva até à jubilação (1993-1999), na
Faculdade de Letras do Porto. As suas investigações e estudos centram-se nas
áreas da história das mentalidades, das ideias, da oratória sagrada, da
espiritualidade, da apologética, da missionação ultramarina, da religiosidade
popular, da cultura e da literatura portuguesa. Tem mais de uma centena de
trabalhos dispersos em revistas científicas e inseridos em obras editadas no
Brasil, Espanha, França, Itália.

Esta conferência,
assim como as anteriores que trouxeram à Póvoa Mário Soares, Artur Santos Silva e António
Nóvoa, são organizadas em parceria com o jornal “O Comércio da Póvoa de
Varzim”.

No entanto, as
iniciativas organizadas no âmbito do Centenário da Implantação da República não
se ficam por aqui. No Diana Bar, e entre 1 e 15 de Outubro, decorre uma mostra documental sobre a Implantação
da República, que consiste no destaque, em pontos estratégicos, de literatura
sobre o tema. E entre os dias 5 e 15 o espaço recebe a exposição “Letras e Cores, Ideias e Autores da
República”
, da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB), em
colaboração com a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da
República. A partir de textos de autores que marcaram decisivamente a cultura
humanístico-literária em Portugal no final do século XIX e início do século XX,
dez ilustradores (João Vaz de Carvalho, Afonso Cruz, Bernardo Carvalho, Marta
Torrão, Teresa Lima, Rachel Caiano, Jorge Miguel, Carla Nazareth, Gémeo Luís,
Alex Gozblau) foram convidados a tratar plasticamente dez temas representativos
do contexto social, político, cívico e cultural da época: Ultimatum, Monarquia, 5 de Outubro, Igreja, Educação, Mulheres,
Modernismo, Grande Guerra, Chiado e Revistas. O resultado mostra de que forma
literatura e arte, passado e presente, se podem cruzar de forma coerente e
harmoniosa, dando corpo a um percurso fulcral da história portuguesa
contemporânea: o triunfo da ideia republicana de cidadania, a instauração do
regime, a participação de Portugal na I Grande Guerra e a vida política,
social, cultural e artística deste período.

São estas as nossas sugestões mas “Na Maré da
República” tem muito para oferecer. Visite o sítio oficial na Internet
e mantenha-se a par deste programa comemorativo, desenvolvido no âmbito das
comemorações oficiais, que envolve não só a Câmara Municipal, assim como
instituições educativas, associações culturais, imprensa local, entre outras.