O
investigador explicou que existe uma deficiência de combinação de cores,
rompendo a grande regra da heráldica que define que não se devem juntar cores
como verde e vermelho. A desproporção das armas e da esfera armilar em relação
ao resto da bandeira acaba por não separar as cores, acrescentou.

A
República precisava de símbolos que a distinguissem, carecia de um instrumento de
afirmação do próprio regime, revelou José Augusto Pizarro, acrescentando que
por isso mesmo a bandeira tinha que ser objecto de uma escolha. Por Decreto do
Governo de 20 de Junho de 1911, a bandeira foi escolhida tal como chegou até aos
nossos dias, informou.

Mas a
adopção desta bandeira gerou uma polémica que cruzou o país de norte a sul,
isto porque uns defendiam a continuidade da bandeira azul e branca enquanto
outros a verde e vermelha, que era a bandeira do Partido Republicano Português.

José
Augusto Pizarro leu alguns artigos publicados em jornais da época, nomeadamente
nos periódicos poveiros, que retratavam a polémica gerada em torno da bandeira.
Um dos textos em destaque na imprensa foi da autoria de Guerra Junqueiro,
republicano e anti-clerical, que defendia a manutenção do azul e branco identificando
estas como cores da nação portuguesa.

Por
outro lado, Teófilo Braga era a favor do verde e vermelho, cores que acabaram
por ser escolhidas pela Comissão que foi nomeada pelo 1º Governo da República
para o efeito. Segundo o conferencista, a controversa sobre a bandeira da
República baseia-se na alteração das cores em função da mudança de regime, ou
seja, a bandeira azul e branca sem a coroa (símbolo régio) seria a bandeira do
país e não seria necessário adoptar as cores do Partido Republicano.

O investigador deu a conhecer as diferentes
bandeiras adoptadas no nosso país desde o reinado do Conde D. Henrique até à
actual mostrando também os diferentes projectos apresentados aquando da
Implantação da República.