O programa do certame foi apresentado esta manhã, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

O Vice-Presidente da Câmara Municipal, Luís Diamantino, lembrou que em 1978 o Festival surgiu porque na altura era necessário trazer turistas à Póvoa e criar atividades culturais. 39 anos depois, o evento continua a prosseguir o seu objetivo de promover a cultura, conseguindo, de um modo geral, ter as salas lotadas na maioria dos espetáculos, percorrendo espaços pelo concelho.

A este propósito, o autarca referiu que “o Festival marcou a descentralização da cultura pois não acontece só na sede de concelho. Também tem a espetáculos a decorrer em São Pedro de Rates, na Igreja Românica”.

Luís Diamantino considera que “o Festival de Música é também um espaço de criatividade através do Concurso de Composição e um espaço para jovens músicos”.

Na sua opinião, “temos que aproveitar todo este palco que é o Festival de Música para dar a conhecer o que de bom existe em Portugal e criar um público conhecedor do que está a ver e a ouvir. Isto consegue-se através da Escola de Música, com formação, criando um público exigente”.

A apresentação da programação ficou a cargo de João Marques, Diretor do Festival, mas o Vice-Presidente fez questão de destacar a participação dos talentos poveiros Raquel Camarinha e Raúl da Costa, bem como a Conferência pelo “cidadão poveiro” Rui Vieira Nery.

João Marques transmitiu que esta 39ª edição dá sequência às linhas mestras da sua programação identitária. Desde logo com a apresentação de ilustres convidados de nível internacional. No âmbito da música antiga ‘historicamente informada’, anuncia o Ensemble Masques com os cravistas Jean Rondeau e Olivier Fortin (concertos para 2 cravos de J. S. Bach), o cravista Pierre Hantaï (música de Haendel, Bach, D. Scarlatti e Carlos Seixas), a Cappella Mediterranea e Mariana Flores (soprano) sob direção de Leonardo García Alarcón (‘Monteverdi a voce sola’), a Capella Sanctae Crucis dirigida por Tiago Simas Freire (‘Zuguambé – músicas para a liturgia no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, no séc. XVII’) e Die Kölner Akademie dirigida por Michael Alexander Willens e colaboração de Ronald Brautigam, em fortepiano (‘Concertos para piano e orquestra de Mozart’). Em destaque também os regressos de dois expoentes do circuito internacional – o Pavel Haas Quartet (música de Beethoven, Martinu e Smetana) e o pianista Alexander Melnikov (obras de Schubert, Brahms e Shostakovich).

Uma rubrica que o FIMPV vem privilegiando – o apoio aos músicos portugueses e à nova música – será concretizada através do 10º Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim (CICPV), cujo encerramento estará a cargo de um quarteto formado por Afonso Fesch (violino), António Saiote (clarinete), Filipe Quaresma (violoncelo) e Miguel Borges Coelho (piano) e ainda pelo Ensemble Clepsidra (direção de José Luís Borges Coelho). A soprano Raquel Camarinha, o pianista Yoan Héreau e o Quarteto Verazin dedicam o seu concerto à música vocal e instrumental francesa. De sublinhar ainda um muito aguardado recital de piano por Raúl da Costa (obras de Bach, Beethoven, Debussy, Adès e Balakirev).

A completar a programação nuclear – que abrirá com o musicólogo Rui Vieira Nery (conferência subordinada ao tema “Monteverdi e a Construção da Ópera Barroca”) -, dois concertos com música sinfónica a cargo da Orquestra Metropolitana de Lisboa e da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música. O primeiro será dirigido por Pedro Amaral e tem como solista o percussionista Agostinho Sequeira, ‘Prémio Jovens Músicos da RTP Antena 2 – 2016’ (Beethoven, Eötvös e Brahms). No segundo, intervirá de novo a soprano Raquel Camarinha, desta vez sob direção de Martin André (Sinfonia nº 4, de Gustav Mahler). O FIMPV 2017 dará continuidade à formação de jovens músicos, designadamente através das atividades do Quarteto Verazin e das masterclasses de António Salgado (canto), Miguel Rocha (violoncelo), Pavel Haas Quartet (música de câmara) e Capella Sanctae Crucis (música antiga).

Assegurará também a preservação da memória das diversas iniciativas e as habituais Manifestações Paralelas, que visam enriquecer a programação nuclear e atrair novos públicos.

O FIMPV 2017 propõe a divulgação da música de 50 compositores, entre os quais 15 portugueses, da Renascença à contemporaneidade. Num total de 166 intérpretes, 119 são portugueses e os restantes provêm da Alemanha, Argentina, Canadá, Espanha, França, Grã-Bretanha, Federação Russa, Holanda e República Checa. Esta 39ª edição do FIMPV é organizada pela Associação Pró-Música da Póvoa de Varzim e conta com os apoios estruturantes da Direcção-Geral das Artes (Ministério da Cultura), da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e do Turismo de Portugal, I. P., bem como de patrocínios e serviços de diversas empresas, ao abrigo de Lei do Mecenato.

A partir de 16 de junho, estão à venda em www.bol.pt e no Cine-Teatro Garrett (bilheteira 10h30 – 12h30 / 15h30 – 17h30), os bilhetes para os concertos do Festival. O ingresso, por espetáculo, custa 3,00 € e há ainda a possibilidade de adquirir bilhete passe para todos os espetáculos por 25,00 € e a brochura por 5,00 €. A conferência de 7 de julho e os espetáculos incluídos em “Manifestações Paralelas” são de entrada livre.

Nos dias dos concertos, também pode comprar os bilhetes nos locais onde se realizam (Auditório Municipal, Igrejas Matriz e Românica de S. Pedro de Rates), a partir das 20h30.

Consulte o programa completo aqui.

Foi também lançado hoje o 11º Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim (CICPV).

O CICPV tem como objetivo premiar obras de compositores nascidos depois de 31 de julho de 1977. O agrupamento de música convidado para a edição de 2017/2018 é o Quarteto Verazin (dois violinos, violeta e violoncelo). As obras concorrentes devem utilizar, no mínimo, dois instrumentos daquela formação.

O prazo para entrega termina impreterivelmente no dia 19 de março de 2018.

O Regulamento do Concurso está disponível aqui.