Nesta exposição, cedida pela Santa Casa da Misericórdia de Coimbra, recria-se um palco onde se representa um centro de cópia de manuscritos de um qualquer mosteiro, ou abadia, medieval no ocidente europeu.

Aqui o visitante encontra e poderá admirar o mobiliário, os instrumentos, os materiais e os utensílios indispensáveis à tarefa complexa e exigente que significava reproduzir um saltério, uma bíblia, um missal ou um outro livro litúrgico.

Em espaços semelhantes a estes, existentes um pouco por todo o mundo ocidental, foram copiados milhares e milhares de códices, nesta tarefa árdua que significava copiar. Copistas, mas também corretores, iluminadores, encadernadores, e outros artesãos da arte de fazer códices foram os principais responsáveis pela constituição de bibliotecas que nem a voragem do tempo nem a incúria dos homens conseguiram destruir.

Pelos scriptoria dos séculos VIII a XIII, e por todos aqueles homens sem rosto e sem nome mas também pelo pergaminho, pelas penas, e pelas tintas passou, indiscutivelmente, a divulgação da cultura monástica europeia que o Arquivo Municipal da Póvoa Varzim pretende homenagear e dar a conhecer ao seu público o que foi esta enorme empreitada da arte de copiar.

Apesar de considerarem a cópia uma tarefa louvável, os monges deixavam transparecer uma arte de grande dor física e até de alguma melancolia. Eram comuns os desabafos de dor física. Uma dor múltipla dos dedos, das mãos, das costas, dos olhos causadas por um trabalho que parecia interminável e sem pressa de chegar ao fim.

A exposição estará patente, no Arquivo Municipal, até 31 de março.