O Vice-Presidente da Câmara Municipal, Luís Diamantino, também esteve presente e participou na visita guiada à exposição realizada pela Diretora do Museu, Deolinda Carneiro.   

Trata-se de uma mostra de peças de vestuário e mobiliário, ilustrações e cenários fotográficos que retratam a sociedade poveira e o seu modo de viver durante o século XIX e estará patente até 2 de janeiro de 2017.

O Museu Municipal conta com o apoio da Farmácia Faria, Casa Espanhola, Ourivesaria Tavares e Foto Neta, que cederam peças para a exposição. Na inauguração também contou com a participação da Escola Profissional de Esposende.

O século XIX em Portugal corresponde a um período de graves crises e fortes mudanças. A primeira metade fica indelevelmente marcada por acontecimentos de grande repercussão como as invasões francesas entre 1808 e 1811; a revolução liberal de 1820; a independência do Brasil em 1822 ou as Guerras liberais entre 1828 e 1834. É neste período que se lançam os fundamentos de uma nova ordem social, nelas se inserindo medidas como a extinção das ordens religiosas em 1834 e a reforma dos concelhos em 1836. Na segunda metade do século acentua-se essa tendência e impõe-se a visão dinâmica da burguesia, pautando-se a atuação do Estado por uma clara aposta na modernização, expressa, sobretudo, na criação de infraestruturas de comunicação e transporte.

A Póvoa de Varzim que, na Idade Média, era uma humilde terra de agricultores e homens do mar, conhece, desde os meados do século XVIII, um notável desenvolvimento. Apoiada numa economia florescente, impulsionada pela crescente comunidade de pescadores, angaria com os seus impostos o financiamento de edificações marcantes como a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, a Câmara Municipal, a Igreja Matriz e o Porto de Pesca. Para sustentar este progresso foi também importante o facto de a Póvoa ter conseguido passar quase incólume ao flagelo das invasões francesas e às destruições da Guerra Civil. O povoado cresceu, desenvolveu-se, atraiu comerciantes e visitantes, tornando-se num autêntico “caravansará dos habitantes do Minho em uso de banho ou de ar do mar”, como magistralmente a descreveu Ramalho Ortigão, em 1876. A Póvoa tinha “de tudo”, como os melhores centros de turismo de então: os cafés; as lojas; os divertimentos; a música; os transportes; a comida e tudo o que podia ajudar ao conforto dos visitantes e prosperidade dos naturais.

Esta exposição, que ocupa várias salas do Museu Municipal, surge no contexto de um pedido das escolas EB2/3 do concelho, e tem por propósito mostrar aos jovens alunos como era a nossa terra num período tão importante da sua história. A ideia desenvolveu-se e mostra-se a Póvoa oitocentista em muitos dos seus componentes: sociedade; economia; turismo; artesanato; assistência; etc. Papel fundamental é dado aos seus habitantes: pescadores; agricultores e burgueses – comerciantes e proprietários -, bem como todos aqueles que moldaram a Póvoa e lhe deram as bases do que é hoje.