A iniciativa decorreu ontem à noite, no Clube Naval Povoense, e faz parte do programa comemorativo dos 200 anos do nascimento do herói poveiro.

O Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, esteve presente na sessão e começou por lembrar que, se tudo corresse dentro da normalidade, 8 de outubro seria o dia do encerramento das comemorações dos 200 anos do nascimento de José Rodrigues Maio. No entanto, “felizmente, a sucessão de eventos que ainda se vão realizar fazem com que estas comemorações continuem com diversos atos a promover”. A este propósito, revelou que na próxima semana fará uma visita ao Arsenal do Alfeite para acompanhar a construção do novo salva-vidas “Cego do Maio” e no dia 20 de outubro será apresentado o antigo salva-vidas “Cego do Maio” restaurado pelo Mestre José Viana, no Museu Municipal.

Sobre a obra reeditada, o edil referiu tratar-se de “um documento que retrata o esforço que foi feito pela comunidade poveira emigrada no Brasil para reunirem recursos para podermos erigir na Póvoa de Varzim um monumento que perpetuasse para sempre a memória daquele que é uma referência de abnegação e resiliência. Em boa hora, um correspondente  “Commercio da Póvoa de Varzim” no Rio de Janeiro lançou a iniciativa e o Clube Naval, do lado de cá, foi reunindo os donativos e promovendo eventos para angariar verbas”.

Quanto ao monumento ao Cego do Maio, obra do escultor portuense João da Maia Romão Júnior inaugurado a 20 de agosto de 1909, Aires Pereira revelou que a estátua nem sempre esteve no mesmo local onde atualmente está.

O Presidente da Câmara referiu que estas comemorações em torno do Cego do Maio também têm valido para valor maior: “continuarmos a falar sobre a segurança e a introduzir este valor no dia-a-dia dos homens do mar”. No entanto, advertiu que ainda não temos garantidas, no nosso porto, condições de segurança para que se possa exercer a atividade da pesca diariamente.

O Presidente do Clube Naval Povoense, Paulo Neves, transmitiu que era “bom o clube poder participar na vida cultural da Póvoa”, lembrando que nos primeiros 50 anos de existência, “o clube participou em muita atividade social da Póvoa”, como é o caso do monumento a Cego do Maio. A partir dos anos 60, “começou a dedicar-se mais às modalidades desportivas, sendo o desporto, neste momento, a razão da nossa existência”, constatou.

Paulo Neves alertou para atuais perigos da barra, salientando que além que “o Porto da Póvoa não serve só a pesca, é também um porto desportivo sendo que 50% dos seus utilizadores são desportistas náuticos tanto das nossas escolas, como velejadores de todo o mundo. A Póvoa é um porto do mundo”, concluiu.

Para o Capitão dos Portos da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, Comandante Marques Coelho, “este livro é mais um testemunho do valor que o Cego do Maio tem e teve, desde há muitos anos, na comunidade poveira”, acrescentando que “é um grande privilégio estar nesta capitania na altura em que se realizam estas comemorações que vão durar mais do que um ano”.