No âmbito do XXI Correntes d’Escritas, a sessão juntou uma poeta e atriz brasileira e uma investigadora portuguesa, que se dedica à literatura do mundo da lusofonia.

Licenciada em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa, Leonor Simas-Almeida fez Mestrado e Doutoramento em Literatura Comparada na Universidade de Brown. É ‘Distinguished Senior Lecturer’ e também Diretora de Estudos de Pós-Graduação no Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros da mesma universidade.

Tem publicado muitos ensaios em revistas e livros coletivos em Portugal, Brasil, Estados Unidos e outros países.

Entre os seus ensaios mais recentes conta-se “Racial, cultural and emotional” (des)encounteurs: Mia Couto’s hopeful pessimismo”, incluído em “Terra Sonâmbula”.

O “Literatura e Emoções: a função hermenêutica dos afetos” foi publicado no final de 2019 pela Universidade de Coimbra.

Leonor Simas-Almeida apresenta neste volume ensaios que refletem “ampla heterogeneidade”, embora reportando-se a literaturas de diferentes países e épocas. A autora refere que “agrupar este conjunto de reflexões sobre obras muito diversas em termos históricos, culturais, políticos e cronológicos, permite apresentar uma amostra do que julgo possível e útil fazer-se ao nível da análise literária fundamentada nas potencialidades hermenêuticas das emoções trabalhadas na arte narrativa”. 

O livro está dividido em duas partes, a primeira consistindo de estudos sobre obras onde o protagonismo feminino é evidente. A segunda parte do volume consta de ensaios sobre peças literárias onde as personagens femininas não assumem necessariamente particular relevância, mas onde outros tipos de estratégias narrativas ligadas aos afetos ganham significados dignos de nota.

Elisa Lucinda vem do Brasil, nascida em Vitória do Espírito Santo. Elisa Lucinda é poeta, jornalista, professora, atriz e cantora. Em 2009 ganhou o prémio Mulher Cidadã – Bertha Lutz, concedido pelo Senado Federal.

A autora tornou-se querida do grande público por seu trabalho no teatro, televisão e cinema, além de ser reconhecida no Brasil e no exterior pelos espetáculos, recitais e ‘workshops’ em que “conversa” com o público através da poesia.

Elisa Lucinda fundou a Casa Poema, espaço no Rio de Janeiro, onde mantém a Escola Lucinda de Poesia Viva destinada a ensinar a dizer poemas de um modo coloquial e sincero. Ali também são realizados saraus e encontros com escritores, oficinas para empresas e capacitação para professores.

No livro “A Fúria da Beleza”, a poesia é um meio para procurar beleza: “essa procura é diária e furiosa”. Criados em datas e lugares diferentes, os poemas foram organizados de tal forma nos seus sete capítulos que a sensação é de que eles já foram escritos por temas.

Na sala Pena, Elisa começou a sessão cantando os seus poemas. A sua apresentação foi mais de interpretação dos poemas do que propriamente a falar da sua arte ou do seu processo criativo. A autora considera que “o cantar é uma espécie de ritual” que abre caminhos.

Elisa Lucinda iluminou a sala com a sua capacidade interpretativa.

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