Macedo Vieira explicou que em 1891, David Alves propôs à Câmara Municipal a “abertura de novas ruas para a formação de um bairro especialmente dedicado aos banhistas frequentadores desta praia onde encontrando magníficas e espaçosas ruas para edificações construam elegantes prédios, ligando assim os seus interesses a estas terras tornando-se assíduos frequentadores”. A Câmara Municipal reconheceu a necessidade evidente de se proceder à construção de novas ruas e melhoramentos de outras para assegurar a esta praia a sua antiga importância e superioridade, segundo a acta camarária de 18 de Maio daquele ano. Nascia assim a Avenida Mousinho de Albuquerque.

O nome desta avenida foi sugerido por Caetano Marques de Oliveira, presidente da Câmara em 1897. Joaquim Augusto Mousinho de Albuquerque nasceu em 1855 na Batalha e faleceu em 1902 em Lisboa. Distinguiu-se em diversas campanhas nas antigas colónias portuguesas, particularmente em Moçambique.

A Avenida Mousinho de Albuquerque começou a ser construída em 1902 e, neste projecto, não existia, como hoje, o separador central. Com esta renovação recupera-se a ideia original e dá-se prioridade aos peões com passeios mais largos, mais áreas verdes e menos veículos.

Vista Av Mousinho Albuquerque

A apresentação técnica da obra ficou a cargo de Jorge Leal. O Director do Departamento de Obras Municipais disse que “impunha-se fazer qualquer coisa pela Avenida e pelos comerciantes, já que o passeio central deixou de ter significado e o que interessa são os passeios laterais”.

Um dos maiores problemas da Avenida Mousinho de Albuquerque é o grande tráfego automóvel, causando poluição sonora e desconforto visual. Com a construção do parque subterrâneo pretende-se diminuir as dificuldades dos munícipes no acesso ao comércio tradicional, revitalizando este sector.

Av Mousinho_Sessão Pública

 

A grande preocupação da autarquia prende-se também com o ambiente e a arborização. Foram seleccionadas cinco espécies diferentes com bom desempenho urbano e possuidoras de carácter histórico (Pimenteiro falso, Castanheiro da Índia, Catalpa, Plátano e Magnólia) além da colocação de contentores de resíduos sólidos e Ecopontos.

O palco instalado no Largo do Passeio Alegre vai agora usufruir de uma cobertura e de camarins para os artistas, pretendendo-se dinamizar a oferta cultural da cidade.

No final da apresentação os comerciantes e os moradores questionaram os autarcas sobre o cumprimento dos prazos. O vereador do Pelouro das Obras Municipais afirmou que os prazos das obras na Rua da Junqueira e do parque subterrâneo do Casino foram cumpridos e, como o projecto da Avenida Mousinho, também eram ambiciosos. Aires Pereira disse, ainda, que “houve, e há, uma grande preocupação de programar ao dia esta obra para que não haja grandes derrapagens. Para isso, para tudo o que é expectável existem estudos”. O vereador explicou, ainda, que os benefícios para os munícipes são vários, desde o “aumento da capacidade de estacionamento e consequentemente maior procura do comércio tradicional, à redução do tráfego automóvel e ao investimento na crescente pedonalização do espaço urbano. Tudo isto traduz-se em melhor qualidade de vida”.

 

A Câmara Municipal criou o Centro de Apoio e Informação do utente, no antigo Posto de Turismo, junto à Igreja S. José, para que os munícipes possam esclarecer dúvidas e procurar soluções para os transtornos que eventualmente possam surgir. Outras questões podem também ser enviadas para apoioaomunicipe@cm-pvarzim.pt

 

A Câmara Municipal organizou uma exposição fotográfica com imagens da Avenida Mousinho de Albuquerque desde 1902 até 2008 (imagem virtual). Esta mostra estará patente no edifício dos Paços do Concelho por mais quinze dias.