O Vice-Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e Vereador do Pelouro da Cultura, Luís Diamantino, esteve presente nesta apresentação.

A autora privou com Agustina por duas vezes, em 2003 e 2004: “Tive o privilégio de a conhecer no âmbito de trabalhos universitários ao fazer parte de uma equipa que a entrevistou. Eu era bastante mais jovem e reservada, senti diante dela o fascínio normal de quem tem uma obra gigante e guardo preciosamente essa memória, que foi ao mesmo tempo uma graça. Não vou dizer que a conheci intimamente, mas naqueles momentos percebi a sua inteligência, ouvi a sua gargalhada interminável que contagiava e notei o seu olhar arguto.”

Através de uma pesquisa extensiva e rigorosa, baseada em dezenas de entrevistas, testemunhos, documentários, registos oficiais e textos epistolares, estabelecendo pontes constantes com a obra literária de Agustina, Isabel Rio Novo reconstitui o percurso de vida de uma figura ímpar da nossa cultura contemporânea, numa biografia que se lê como um romance.

Desde cedo, Agustina revelou ter consciência de que não era uma pessoa convencional. Não foi uma criança comum. Não casou nas circunstâncias que se esperariam de uma rapariga da sua condição social. Não foi a típica esposa e mãe burguesas. Não foi a apoiante política esperada. Nunca se afirmou feminista, mas a sua história de vida foi mais radical e corajosa do que a de muitas feministas convictas. E, como escritora, raros são os que têm dúvidas em apontá-la como uma das mais geniais e complexas personalidades da literatura em língua portuguesa.