Paulo Kellerman participa no Encontro de Escritores pela primeira vez. Afirma que escolheu uma “estranha forma de literatura: sou contista”, assume. Neste livro “coloco questões. Questiono as minhas certezas e pretendo que o leitor questione as suas”. O autor define esta obra como sendo “um catálogo de possibilidades, de alternativas”. “Escrevo sobre os relacionamentos humanos” e quanto às vinte personagens que Paulo Kellerman criou para este livro “caracterizam as faltas de investimento nas relações, o conformismo, a apatia”, explicou o autor. Nasce, assim, uma radiografia desapaixonada e incisiva do quotidiano, um retrato cru dos gestos e dos silêncios, das banalidades e das frustrações, das esperanças e dos secretismos que atravessam as relações e caracterizam a precariedade e imprevisibilidade dos comportamentos e sentimentos de todos nós. Mas, a certa altura, as personagens têm vontade de gritar “chega desta lamúria, Chega de Fado”.

Pedro Teixeira Neves escreveu e Rute Reimão ilustrou. Histórias do Barco da Velha é um livro infantil onde as personagens vivem situações bizarras. Para o autor, o resultado final é “fantástico. O livro merece esta dignidade. O trabalho da Rute parece que quer sair do papel e a conjugação entre a escrita e a ilustração tornam os livros infantis pequenas obras de arte”. Pedro Teixeira Neves confessou que “se para mim, que sou daltónico e vejo o mundo todo verde, o trabalho da Rute está incrível, imagino para vocês”.

Rute Reimão contou que “adoro sujar as mãos. Apesar de trabalhar com o computador diariamente, pois também sou designer gráfica, recuso-me a fazer ilustrações no computador”. A ilustradora comentou que “o meu ateliê parece um ferro-velho, mas ainda sem o ferro. Estou sempre à procura de botões, de rendas, de novos materiais para os livros”.

Os lançamentos no Correntes d’Escritas continuam hoje à tarde, às 17h00, na Casa da Juventude, com Isaac Rosa, com O País do Medo, e Zuenir Ventura, com Inveja – Mal Secreto”.