O conferencista alertou para o desfasamento existente entre as vivências de civis e militares, visto que uns se identificam com ideias, intenções e conclusões, enquanto que outros se coadunam com missões, decisões e resultados. Assim sendo, concluiu que o mundo civil tem cada vez menos capacidade para compreender o mundo militar.

Do ponto de vista da história estratégica, Miguel Monjardino abordou o terrorismo como uma forma de guerra irregular que desde sempre existiu. Remontando à literatura ocidental, citou os primeiros versos da Ilíada, demonstrando a existência de guerra desde os primórdios da civilização.
O Professor Universitário do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa alertou ainda para o problema tecnológico surgido da possibilidade de um soldado em combate transmitir, em simultâneo, a situação que está a viver a todo o mundo. A este propósito referiu Colly Buzzell, um soldado do exército americano que descreve as suas experiências de guerra num blog e, posteriormente, no livro My war.
Quanto ao futuro, Miguel Monjardino não prevê um desempenho notório da Europa no mundo, visto que o seu papel tem sido pouco significativo nos últimos anos. A sua influência a nível mundial dependerá da interacção estabelecida com os americanos, a superpotência dominante.