O tema será abordado em duas comunicações diferentes proferidas por Paulo Correia, Técnico Superior da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, e Rui Bianchi, da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, respetivamente.

A primeira comunicação será da responsabilidade de Paulo Correia, Técnico Superior da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, onde exerce funções no Gabinete do Património Cultural e investigador em Histórica Local, que trará à Póvoa o seguinte tema “Da Póvoa a Famalicão pela estrada de ferro”.

“A inauguração do caminho de ferro entre as atuais cidades da Póvoa de Varzim e de Vila Nova de Famalicão em 1881 proporcionou o aumento das relações comerciais e afetivas entre estas duas localidades. Utilizada pela população para realizar negócios ou ir a banhos na época de veraneio, por exemplo, esta estrada de ferro, conhecida como Ramal de Famalicão, desempenhou por mais de um século um papel fulcral no desenvolvimento da região. Após alguns anos desativada, encontra-se a ser reconvertida em ciclovia, permitindo a quem a frequenta a (re)descoberta das paisagens e dos usos e costumes das comunidades. Deste modo, é através de pequenas paragens nas suas estações e apeadeiros que, ao longo desta conferência, procuraremos descobrir a história e as estórias associadas a esta secular linha férrea.” (Paulo Correia)

A segunda terá uma perspetiva mais atual e será da responsabilidade do arquiteto Rui Bianchi, com a seguinte comunicação “Do passado! Uma ciclovia em direção ao futuro”.

“A comunidade, na sua relação com o espaço urbano e com os modelos de vida adquiridos, enfrenta hoje novos paradigmas que procuram repor a forma equilibrada como deve interagir com o meio ambiente. Tem procurado encontrar caminhos de sustentabilidade alterando pequenos hábitos, mas também respondendo a grandes questões estruturais. No âmbito da mobilidade surgem alterações com o desenvolvimento das tecnologias, mas também se procuram alterar hábitos arreigados implementando novos padrões de mobilidade urbana, como é o caso da utilização da bicicleta como meio de transporte para as pequenas deslocações quotidianas.

As condições naturais da Póvoa de Varzim, as questões da sustentabilidade ambiental e as ações das instituições convergem para a implementação deste um novo paradigma para a mobilidade. Mais do que a sua aplicação no terreno, é uma questão de princípio inerente à condição de “ser urbano”, cujo desempenho deve ser muito mais uma opção de consciência do que um comportamento obrigatório. Os casos exemplares dos países do centro e do norte da europa, que fizeram esta opção há muitos anos e que se tornou uma característica e uma forma de estar, não por razões de carência económica, como ocorre nas cidades dos países orientais ou do Índico, por exemplo, são um modelo de consciência coletiva e cultural a desenvolver no terreno, para hoje e para as gerações futuras.” (Rui Bianchi)