A edição que se aproxima, para além de assegurar a qualidade e diversidade de sempre, reúne um conjunto de novidades que lhe emprestarão um brilho especial – a nova imagem, o número recorde de participantes, as edições especiais, a Revista Correntes d’Escritas e as actividades paralelas.

De tudo isto falar-se-á em detalhe na Conferência de Imprensa, marcada para o dia 30 de Janeiro, às 11h00, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, com a presença de Luís Diamantino, Vereador do Pelouro da Cultura.

Um dos convidados especiais para esta 10ª edição é o Ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, que irá proferir a Conferência de Abertura, honra que coube em anos anteriores a figuras como Eduardo Lourenço, Agustina Bessa-Luís, Eduardo Prado Coelho, Nélida Piñon e Marcelo Rebelo de Sousa. Uma conferência que terá lugar no renovado Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim que, depois das obras de ampliação e beneficiação, recebe não só o Ministro da Cultura, como também a Sessão Oficial de Abertura, um dos momentos mais aguardados de todo o programa pois é no seu decorrer que são anunciados os vencedores dos três Prémios Literários atribuídos no âmbito deste encontro literário e é apresentado o oitavo número da Revista Correntes d’Escritas.

Desde 2004 que o Correntes d’Escritas se distingue pela atribuição de Prémios Literários. Para além do Prémio Literário Casino da Póvoa, cujo prémio de 20 mil euros é o maior atribuído no país, e do Prémio Literário Correntes d’Escritas/Papelaria Locus, a este encontro está associado, pela primeira vez, o Prémio Conto Infantil Ilustrado Correntes d’Escritas/Porto Editora.

Para o Prémio Literário Casino da Póvoa já são conhecidas as doze obras finalistas, seleccionadas, recorde-se, de uma lista de 90 obras. Este ano o concurso premeia obras em poesia (em anos pares é premiado o romance). São finalistas as obras A cidade e os livros de Antonio Cicero (Quasi); A Moeda do Tempo de Gastão Cruz (Assírio & Alvim); As Coisas Mais Simples de Nuno Júdice (Dom Quixote); As Têmporas da Cinza de A.M. Pires Cabral (Cotovia); Descrição da Mentira de Antonio Gamoneda (Quasi); Dos limões amarelos do falo às laranjas vermelhas da vulva de Eduardo White (Campo das Letras); Filho Pródigo de José Agostinho Baptista (Assírio & Alvim); Inquietude de Maria Teresa Horta (Quasi); O Acidente de Jorge Gomes Miranda (Assírio & Alvim); O Amante Japonês de Armando Silva Carvalho (Assírio & Alvim); Oráculo de José Rui Teixeira (Quasi) e Rua do Mundo de Eucanaã Ferraz (Quasi).

Também com obras em poesia concorrem 133 jovens entre os 15 e os 18 anos, com 183 trabalhos. Para estes, o Prémio Literário Correntes d’Escritas/Papelaria Locus tem o valor de mil euros, sendo que o trabalho vencedor vai figurar no número da Revista Correntes d’Escritas da edição de 2010. Para os mais pequenos foi estabelecido pela primeira vez o Prémio Conto Infantil Ilustrado Correntes d’Escritas/Porto Editora. Turmas de alunos do 4º ano do Ensino Básico foram desafiados a elaborar um conto ilustrado inédito, em português, supervisionados por um professor. A concurso estão cerca de 100 trabalhos, sendo que a equipa vencedora recebe mil euros. Aos trabalhos classificados em 2º e 3º lugar é atribuído um prémio monetário no valor de, respectivamente, 500 e 250 euros.

E o que seria do Correntes d’Escritas sem escritores? São eles a alma do encontro, que se movimentam entre letras e palavras, nos livros que apresentam ao longo do encontro ou nas mesas de debate que enchem o Auditório Municipal. São eles que visitam as escolas e conversam com os alunos, que emocionam nas sessões de poesia e que trazem na bagagem pedaços de mundo ibérico. Da lista de participantes constam 120 escritores, vindos de Portugal, Angola, Argentina, Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Cuba, Espanha, México, Moçambique, Peru, S. Tomé e Príncipe e Uruguai. E se a grande maioria deles são já velhos amigos do Correntes d’Escritas que se associam à festa do 10º aniversário, cerca de 30 vão participar pela primeira vez no encontro literário, partilhando da atmosfera mágica de cumplicidade que une leitores e escritores, afinal, uma das características mais elogiadas do evento.

Não é só o número recorde de participantes que permitem adivinhar que esta é uma edição especial do Correntes d’Escritas. De facto, o evento vai contar com uma nova imagem, criada por Henrique Cayatte Design. “Original Impresso” é o mote desta nova imagem que “remete para o universo do livro, dos seus autores e da sua escrita e ainda dos seus leitores”, como explicou Henrique Cayatte, acrescentando ainda que remete “também para as provas e para a correcção, o design, a impressão e o acabamento. Todo o ciclo. Da ideia à edição. Afinal a razão de ser destes Encontros.” Com esta nova imagem, o “ícone é a letra, a marca são caracteres tipográficos e o código é conhecido de todos.” A simplicidade e a preocupação por uma boa leitura estiveram na génese da criação da imagem. “Simples e universal porque os protagonistas vêm de paragens as mais diversas”, defendeu. Cada elemento da nova imagem foi pensado de acordo com um propósito. Assim, o C de Correntes “está composto num alfabeto humanista logo serifado. Preto 100%.” Toda a informação está colocada sobre um “fundo branco do papel e do ecrã” e a barra e o E, a vermelho, “são manuscritos, tanto pelo escritor como pelo revisor, que procuram que o texto original seja editado sem mácula.” Nem mesmo as cores foram escolhidas ao acaso, pois o preto e vermelho sobre branco são “as cores da tipografia”.

A esta nova imagem junta-se um conjunto de outras actividades que assinalam os dez anos do evento. Assim, o nº 8 da Revista Correntes d’Escritas é inteiramente dedicada ao 10º aniversário do Correntes d’Escritas. Entre as suas páginas, textos de ficção, poesia e depoimentos de “amigos” do Correntes d’Escritas, como Ana Luísa Amaral, Helder Macedo, Isabel Pires de Lima ou Xavier Queipo. Incluso está também o conto premiado em 2008 com o Prémio Correntes d’Escritas/Papelaria Locus, da autoria de Beatriz Soares.

E se o texto evoca, as fotografias relembram. Assim é com a exposição fotográfica “De Caras com as Correntes”, da autoria de Rui Sousa que, acompanhando, de máquina fotográfica em punho, cada uma das nove edições do Correntes d’Escritas, partilha agora as imagens dos escritores que já passaram pelo evento, numa mostra que ultrapassa as 300 fotografias. Imbuídos do mesmo espírito, Daniel Mordzinky e José Carlos Marques vão apresentar livros de fotografia, respectivamente Boulevard das Correntes e Correntes.

As mesas de debate são outro dos pontos fulcrais de toda a dinâmica do Correntes d’Escritas e um dos casos de sucesso, responsáveis por encherem o Auditório Municipal. Este ano são dez e a primeira decorre no Museu Municipal, sendo que as restantes têm lugar no Auditório. Também todas as escolas básicas 2/3 e secundárias vão receber mesas de debate, estando previstas neste caso mais de 20 sessões. Os temas vão ser repescados de edições anteriores.

Com o Correntes d’Escritas chegam também mais de 30 novos livros, lançados ao longo de todo o evento, escritos por autores das mais variadas nacionalidades. Estes novos livros e também outros da autoria de escritores presentes vão estar disponíveis na Feira do Livro, que ao longo de todo o evento marca presença na Casa da Juventude. Chega também um conjunto de iniciativas paralelas que incluem as sessões de poesia, o teatro e o cinema. Assim, e baseado em textos de Ana Luísa Amaral, vai ser apresentada a peça “O Olhar Diagonal das Coisas”, pela ASSéDIO – Associação de Ideias Obscuras, com o apoio do Varazim Teatro. Já no que respeita ao cinema vão ser exibidos dois filmes, com o apoio do Cineclube Octopus: “É dreda ser angolano”, de Fazuma, e “Mal nascida”, de João Canijo.

Da Póvoa, o Correntes d’Escritas navega até Lisboa onde, nos dias 17 e 18 de Fevereiro, decorrem mais duas mesas de debate, respectivamente na delegação do Instituto Cervantes e na Casa da América Latina.

Mantenha-se a par de todo o evento no portal municipal.