Na declaração de voto pode ler-se que o júri valorizou os seguintes aspetos: “a atenção às grandes questões da sociedade contemporânea”; “a opção por uma construção narrativa atenta à polifonia de vozes e aos seus modos distintos de convocação de memória”; “a componente de romance de iniciação, quer individual quer coletivamente considerado na Espanha dos primeiros anos de Democracia”.

Sobre o livro: uma impetuosa história de amor e desamor, de enganos e violência, de lealdades e traições, de enigmas por resolver e de vinganças inesperadas.
No verão de 1978, com Espanha a sair ainda do franquismo e sem ter entrado definitivamente na democracia, quando as fronteiras sociais e morais parecem mais porosas do que nunca, um adolescente chamado Ignacio Cañas conhece por acaso Zarco e Tere, dois delinquentes da sua idade, e esse encontro mudará para sempre a sua vida. Trinta anos mais tarde, um escritor recebe o encargo de escrever um livro sobre Zarco, transformado nessa altura num mito da delinquência juvenil da Transição. O que acaba por encontrar não é a verdade concreta de Zarco, mas uma verdade imprevista e universal, que nos diz respeito a todos. Assim, através de um relato que não dá um instante de trégua, escondendo a sua extraordinária complexidade sob uma superfície transparente, o romance transforma-se numa pesquisa apaixonada sobre os limites da nossa liberdade, sobre as motivações impenetráveis dos nossos actos e sobre a natureza inapreensível da verdade. Confirma também Javier Cercas como uma das figuras indispensáveis da narrativa europeia contemporânea.

Sobre o autor:

Javier Cercas nasceu em 1962, em Ibahernando, Cáceres, e publicara já vários livros (entre eles, O Inquilino) quando Soldados de Salamina  (também publicado pela ASA) obteve um sucesso sem precedentes, não só em Espanha como nos muitos países onde foi traduzido e publicado.

Javier Cercas foi distinguido com vários prémios, nomeadamente o Prémio Llibreter 2001, o Prémio Cidade de Barcelona, o Prémio da Crítica do Chile, o Prémio Salambó, o Prémio Qué Leer, o Prémio Extremadura e o Prémio para a melhor obra de ficção estrangeira, em Inglaterra.

A Assírio & Alvim publicou já As Leis da Fronteira e, em 2015, O Impostor.

Acompanhe o 17º Correntes d’Escritas no portal municipal e no facebook Correntes, onde pode consultar o programa completo do evento.