Divididos por dois grupos, os cerca de 50
munícipes ficaram a saber como se processa a compostagem caseira, o que colocar
dentro do compostor e que procedimentos seguir para que tudo corra bem. Mas
porquê investir neste processo de transformação de matéria orgânica em composto
fertilizante? Sobretudo para fazer reduzir a quantidade de resíduos enviada
para os aterros. As estatísticas indicam que cada munícipe produz, em média,
1,4 quilos de lixo por dia, constituído, tanto por materiais recicláveis como
por matéria orgânica, que se calcula seja 40 por cento desta quantidade. A
reciclagem e o reaproveitamento dos restos orgânicos são, pois, formas de
reduzir a quantidade de lixo produzida e enviada por cada um para os aterros.
Um processo aparentemente simples,
a compostagem exige, no entanto, alguns cuidados. Desde logo é preciso saber o
que pode ser colocado no compostor (cascas de fruta, legumes, borras de café,
aparas de jardim, cascas de ovos, papel, cartão, palha, madeira não tratada,
são alguns dos materiais admitidos) e o que não pode – alimentos cozinhados,
carne, peixe, dejectos de animais. E como saber se o processo de compostagem
está a ser bem feito? Se não deitar cheiro. Este é um processo inodoro. O mau
cheiro revela que o que está a dar-se é a putrefacção e não a compostagem, que
é um processo de decomposição de matéria orgânica realizado por oxidação,
portanto, em presença de oxigénio. É por este motivo que o conteúdo do
compostor deve ser revolvido regularmente, para que haja oxigenação dos
materiais em transformação.
Após esta explicação teórica,
Cristina Ferreira, técnica da LIPOR,
fez uma demonstração prática, no jardim da Biblioteca, com um compostor igual
ao que foi fornecido a cada um dos participantes no Terra à Terra, que
aceitaram dar o seu contributo para um melhor ambiente.  Este é um projecto que visa promover a
compostagem, como forma de reduzir a quantidade de resíduos orgânicos  produzidos em casa e que correspondem a cerca
de 40 por cento das mais de 500.000 toneladas por ano de resíduos sólidos
urbanos recolhidos ao nível das habitações.
Com a factura da água de Janeiro,
os munícipes receberam informação referente a este projecto, o que deu origem a
mais de meia centena de inscrições junto do Pelouro do Ambiente da Câmara
Municipal. Os interessados, que tinham que ter idade superior a 18 anos e
residir numa habitação com jardim, só tinham que preencher a ficha de inscrição
e comparecer nas acções informativas que se realizaram entretanto.
Consórcio de oito municípios, a LIPOR serve uma população de perto de um
milhão de pessoas e realiza a recolha e tratamento de resíduos de uma área de
648 km2 2. Reciclagem, incineração, da qual resulta a produção de energia
eléctrica, compostagem em grande escala e uma forte componente educativa na
área ambiental são algumas das principais actividades da LIPOR, na qual a Póvoa de Varzim está
integrada.