A abertura da mostra decorreu no passado sábado e contou com a presença da autora, uma jovem de 34 anos com um doutoramento em Arte e Design da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. E foi justamente no decorrer deste doutoramento que Sofia Torres desenvolveu esta exposição que agora ganha destaque na Galeria Ortopóvoa.

A artista afirmou que “uncanny é o único sentimento que é experienciado de forma mais intensa na arte do que na vida”, afirmava Sigmund Freud, em 1919. Este conceito, que define a sensação de estranheza e inquietude sobre algo que nos é familiar, passou do papel para a tela. Pretendo transmitir, de algum modo, essa sensação que temos perante determinadas situações – um sentimento que é um misto de algo que é familiar e agradável, mas que simultaneamente revela algo que estava escondido e que provoca medo e horror. Na minha pintura interesso-me particularmente por provocar reflexões sobre estados tangenciais: entre aquilo que é humano e animal, entre o racional e irracional, e agora entre aquilo que nos parece agradável e familiar, mas que simultaneamente provoca uma certa estranheza ou inquietação por algo que à partida não é revelado”.