Nos
primeiros dias dos trabalhos arqueológicos que se realizaram em Julho e Agosto na
Cividade de Terroso foi encontrado um fragmento de sigillata com a inscrição “M”.
Pouco tempo depois, foi avistado um outro fragmento, desta feita com a
inscrição “Medam”. Depois de
pesquisar, José Flores
concluiu que o dono daquela casa onde decorreram os trabalhos este ano
chamar-se-ia Medamus, um nome próprio indígena. Esta foi a primeira vez que foi
encontrado um vestígio desta natureza e que “permitiu criar uma perspectiva
sobre a identidade daquela pessoa que habitou os 100m2 que estávamos
a escavar”. Segundo José
Flores, as características dos fragmentos encontrados mostram
“sensibilidade por parte de quem habitava a casa, já que, são peças frágeis e
que necessitariam de algum mobiliário”.

O
arqueólogo decidiu investir neste espaço, este ano, por considerar que seria um
local promissor, tendo em conta alguns vestígios encontrados na zona em campanhas anteriores. E
estava certo. Além da descoberta desta personagem, foi encontrada parte de uma
peça com desenhos de peixes, o que, mais uma vez, demonstra gosto pelos
artefactos que possuíam.

Na opinião de José Flores, “esta foi uma
escavação muito bem sucedida que retrata o momento do abandono da Cividade de
Terroso. Conhecemos o início da ocupação – com o espólio recolhido no interior
da Casa VII – e agora conhecemos o momento em que os Romanos
obrigam os habitantes a descer e a viver nas planícies”. O arqueólogo explicou
que esta transição foi pacífica devido à técnica romana de fazer com que os
indígenas se tornassem Romanos.