Durante a manhã de ontem, o Presidente da Câmara e os Vereadores conheceram os projetos que aquela instituição tem em mente para melhorar a qualidade e quantidade de serviços prestados à comunidade poveira mas, essencialmente, à população idosa. Os projetos foram apresentados pelo Provedor, Virgílio Ferreira, e consistem na requalificação da Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) nos Lares Nossa Senhora da Misericórdia (57 lugares) e Grandes Dependentes (41 lugares), na construção de sala polivalente/ auditório, de um corredor exterior coberto para maior comodidade de utentes e funcionários, da Unidade de Saúde dirigida às pessoas idosas e reabilitação do edifício residencial, na requalificação da cozinha, na renovação da frota automóvel, na adição de novo espaço de cuidados de imagem (cabeleireiro, barbeiro, manicure), no arranjo da fachada do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/ Vila do Conde (CHPVVC), na reabilitação da Igreja da Misericórdia (revisão do telhado, limpeza dos elementos em granito, pintura das paredes exteriores e recuperação da caixilharia, janelas e portas em madeira), na requalificação de quinze quartos no Pensionato e construção de novos espaços (receção, rouparia e banho assistido, gabinete médico e gabinete de enfermagem) e, finalmente, na montagem da central solar térmica a montar sobre a cobertura do edifício para apoio à produção de águas quentes sanitárias do novo e atuais edifícios da ERPI, Pensionato, Fisioterapia e Unidade de Cuidados Continuados de Longa Duração. 

A lista é ambiciosa e perfaz um total de cerca de cinco milhões de euros.

Aires Pereira partilhou a sua opinião sobre o que considera ser “a ditadura das redes sociais”. Segundo o edil, “qualquer pessoa, com um telemóvel, diz o que quer sem nenhuma responsabilidade. As pessoas mentem despudoradamente e não lhes acontece nada. Além disso, sempre que surge uma notícia positiva, duas ou três pessoas a partilham quando, se for negativa, fake ou não, são centenas”. O autarca referia-se a uma reportagem da RTP que colocou em causa o bom funcionamento da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim. Funcionários que falaram anonimamente ao canal público alegaram que a instituição infringia maus-tratos aos idosos e que lhes era fornecida uma má alimentação. Rapidamente nas redes sociais a reportagem tornou-se viral. Aires Pereira considera que este foi um “período difícil da vida pública poveira” mas reafirmou que “nunca dei nenhuma importância ao assunto. Não gosto de ver notícias negativas sobre a nossa cidade ou sobre as nossas instituições mas tenho consciência que o que veio a público está relacionado com quezílias internas e em nada corresponde à realidade”. O edil sublinhou que muitas pessoas criticam os voluntários das instituições insinuando que os que os move são interesses pessoais: “só quem nunca pertenceu sequer à Comissão Fabriqueira da sua paróquia é capaz de fazer este juízo de valor sobre pessoas que dispensam o seu tempo e conhecimentos em prol dos outros”.

“Entendi que já passou tempo suficiente desde esse período menos feliz para a Santa Casa e para a Póvoa de Varzim e decidi conhecer os investimentos que a instituição pretende fazer nos próximos anos mostrando que o Executivo apoia e acredita nesta Direção que presta um serviço do qual nos orgulhamos. Quando atacam uma instituição poveira atacam também a cidade”. Mas a confiança de Aires Pereira provém, também, de uma experiência pessoal. O autarca emocionou-se ao lembrar a estadia do seu pai na Santa Casa e a forma como foi cuidado pelos seus profissionais até falecer.

Quanto ao edifício, Aires Pereira afirmou ser sabedor das suas contingências e explicou que o IFRRU 2020 (o novo Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas, destinado a apoiar investimentos em reabilitação urbana, que cobre todo o território nacional) é uma das soluções para amenizar as contas.

Para potenciar mais o investimento, o IFRRU 2020 reúne diversas fontes de financiamento, quer fundos europeus do Portugal 2020, quer fundos provenientes de outras entidades, como o Banco Europeu de Investimento e o Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa, conjugando-os com fundos da banca comercial.