A conversa entre escritores e alunos, patrocinada pelo Encontro Correntes d’Escritas do município da Póvoa de Varzim, foi abençoada por uma forte chuva, mas nem isso desmoralizou os intervenientes.

Em cerca de uma hora, houve perguntas e respostas tendo os jovens focado alguma curiosidade na mudança de carreira de João Felgar, o homem que abandonou a carreira de juiz para se dedicar à escrita, de onde resultou o primeiro romance, Terra de Milagres. O moçambicano nascido em 1970 revelou que já tem quase pronto o segundo livro.

Apreciador de romances, decidiu que escrever, e em particular romances, é o que quer fazer da vida. Depois de tomada a decisão, a mudança foi relativamente fácil, explicou.

Questionado sobre se dos casos que julgou em tribunal não tirou inspiração para escrever algum livro, o autor admitiu que nunca se deu essa circunstância, por uma questão de “respeito e de pudor” pelas vidas envolvidas, já que, “não foram as pessoas desses casos que me contaram as suas histórias, casos que correram mal nas suas vidas (por isso estavam em tribunal), pelo contrário, as pessoas estavam ali porque eram obrigadas”.

Carlos Quiroga revelou que aprecia imenso toda a Literatura produzida em Portugal e lembra que, já em 1913, um crítico inglês considerou que a Literatura portuguesa era a maior produzida pelo mundo, ao longo dos séculos, à exceção da grega. “E ainda estávamos em 1913, por isso, reparem o quanto impressionante se pode considerar a produção da escrita em Portugal, onde a população é menor que nalgumas das capitais europeias, como Madrid ou Paris, e já não falo em Literatura portuguesa em geral, apenas a criação aqui em Portugal, um país tão pequeno”, afirmou o autor galego, nascido em 1961.

Carlos Quiroga não aponta um autor preferido, até porque diz “ler de tudo” e gostar de muitos autores. O que gosta mais? “Depende da altura do dia ou do ano…”

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