Já é habitual a “família” da “Fé em Deus” reunir, ao final de cada ano de trabalho, sendo que, desta vez, o encontro transitou para o início de 2014. Cerca de 22 pessoas marcaram presença, tendo os tripulantes sido acompanhados pelos seus familiares, que também “contribuem para que cada elemento do grupo reúna as condições para uma dedicação completa e intensa ao trabalho com a Lancha Poveira”, referiu Luís Diamantino, o Vice-Presidente da autarquia.

Em terra de pescadores, a Lancha Poveira é o “ícone” da Póvoa de Varzim materializado na embarcação “Fé em Deus”, que em todas as viagens que realiza espalha a alma e raça poveira por onde passa. A tripulação é o “motor” deste sonho que foi materializado há vinte anos, graças a Manuel Lopes, antigo diretor da Biblioteca Municipal, em conjunto com o Clube Naval Povoense e a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.

O Presidente da Câmara lembrou que a autarquia poveira sempre apoiou o projeto da Lancha e seus tripulantes e uma vez que Aires Pereira está vocacionado para procurar uma maior aproximação da Póvoa de Varzim ao mar e suas tradições marítimas, tudo fará para “continuar a manter vivo e sustentável este grupo de trabalho e o principal símbolo de promoção turística e de divulgação das nossas raízes piscatórias, que constitui a Lancha Fé em Deus”.

No entender de Aires Pereira, é responsabilidade do Estado e das autarquias “criar condições para que se volte a explorar o mar, de maneira a que este seja um ativo na nossa economia”. A par da luta pela melhoria de condições físicas e de venda do pescado no nosso porto de pesca, a autarquia procurará preservar os seus símbolos, engrandecendo-os de significado real, com dimensão concreta na vida das pessoas desta comunidade.

O autarca assegurou que a Lancha Poveira irá ter um lugar de destaque no novo projeto de requalificação da zona portuária. Em breve será executado um projeto para a criação de “uma zona de estacionamento de embarcações de recreio em frente ao Casino”. Aires Pereira pretende que o Clube Naval venha a gerir o novo espaço e que “o cenário das embarcações de recreio na proximidade da cidade se traduza numa mais-valia”. Tendo em conta que ali naquela zona se situará o Museu do Mar, na antiga conserveira A Poveira, a Lancha Poveira deverá ter também uma “estrutura especial naquele novo projeto, apresentando-se como uma extensão desse espaço museológico, perfeitamente enquadrado no ambiente físico, cultural e de memória do povo poveiro”.

Nos próximos tempos, a “Fé em Deus” entrará no estaleiro para um período de reparações e de atualização de vistorias. É que a embarcação há muito que deixou de ser apenas um objeto museológico para integrar também todo o contexto legal de navegação. A Lancha Poveira detém toda a documentação legal e meios de salvamento exigidos às embarcações para poderem navegar dentro da lei.