No Labirinto do Centauro, de Rui Vieira, foi apresentado por  Ivo Machado que enfatizou que, de título em título, o escritor vai confirmando, “como se isso ainda fosse necessário”, a singularidade de uma obra, “que ainda estando em construção, é coerente e cuidadosa, liberta de vícios de excessos ou de desolação”.

O autor agradeceu a presença de todos e, em especial, a eloquente apresentação de Ivo Machado, esperando que esta desperte o interesse do público pelo seu livro. Salientou que “esta sua obra conta um grafismo lindíssimo, graças ao trabalho do ilustrador e pintor Tiago Manuel”.

O escritor que se seguiu foi Rubens Figueiredo, que lança em Portugal o seu livro Passageiro do Fim do Dia. De nacionalidade brasileira, formado em letras e professor de português, Rubens já ganhou dois Prémios Jabuti com os seus livros de contos As palavras Secretas e Barco a Seco.

Coube a Onésimo Teotónio Almeida apresentar Passeiro do Fim do Dia.

Divertido, como sempre, começou por dizer que esta foi uma incumbência que lhe foi proposta por Cristina Ovidio no momento em que embarcava de Boston para Portugal e que “só aceitei porque sou um pau mandado das mulheres”, arrancando uma gargalhada a todos os que enchiam a sala da Casa da Juventude.

Como não conhecia o autor, nem a sua obra, Onésimo dedicou o tempo da viagem para ler o livro. ”Fiquei encantado com esta pequena obra de arte, uma narrativa local, toda passada num autocarro, onde personagens vão entrando e saindo, sendo observadas pelo narrador Pedro”. Para Onésimo, trata-se de uma grande obra, um livro universal, uma história que se aplica a qualquer parte do mundo.

Muito comovido e “sem jeito”, como fez questão de dizer, Rubens Figueiredo agradeceu o convite do Correntes. Acrescentou dizendo sentir-se agradavelmente surpreso pelas palavras de Onésimo sobre este seu livro, uma vez que partiu para ele, através de observações locais, sem a pretensão que o mesmo tivesse a tal dimensão universal a que Onésimo se referiu.

Helder Macedo, e a sua obra, quase dispensam apresentações. Foi isso mesmo que Joana Emídio, do Diário de Noticias, ao apresentar o livro Tão Longo Amor Tão Curta a Vida, referiu ao dizer tratar-se de um grande orador, com tantas histórias para contar. Joana lembrou que o autor começou como um dos poetas do Café Gelo, que a partir de nada faziam tudo.

Ler Helder Macedo é ter um texto com o qual se luta porque, tanto na escrita como na vida, não aceita situações fáceis. Também neste livro, Helder Macedo dá às personagens uma inteligência e a oportunidade de ir para além do óbvio.

Sempre gentil, o autor, agradeceu, dizendo que já tudo tinha sido referido sobre esta obra, que espera suscitar nos leitores essa vontade de ir para além do óbvio.