Alberto Serra assumiu ser “por acidente, um poeta”, identificando-se, fundamentalmente, com um leitor. Atribui uma função terapêutica à poesia, aconselhando-a como um tratamento apaziguador para o espírito. Deste modo, conjuga no seu livro várias emoções interpelando os sentidos de um modo soberbo.

A sua escrita é marcada pela quase ausência de pontuação de modo a permitir ao leitor a sua própria interpretação. Esta deliberação de pontuar o texto para quem o lê, concede liberdade ao leitor para criar a sua leitura. Como refere o autor, “a poesia é tanto de quem a faz, como de quem a lê”.

A concepção gráfica desta obra tem características muito particulares, marcadas pela sensualidade e tentação das fotografias de Fernando Veludo. A maçã, metáfora do fruto proibido e saboroso, é um símbolo presente no “Aparo do Demónio”.

Poesia, alimento do corpo e da alma… marcou presença na Feira do Livro.