Aires Pereira, Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, revelou que “depois de dois anos muito difíceis, o Município vai retomando a sua vida normal, uma vez que passamos a ter uma situação financeira e orçamental perfeitamente equilibrada”.

O Presidente transmitiu que “dá-se a feliz coincidência de podermos retomar esta normalidade com a área da cultura, fundamentalmente, com os parceiros estratégicos do Município: o Octopus, no caso do cinema, a Associação da Banda Musical da Póvoa de Varzim, no caso da música e no teatro, o Varazim Teatro, com a reabertura da nossa sala de espetáculos por excelência, o Cine-Teatro, onde estas três atividades vão poder naturalmente coabitar naquele espaço e cada uma delas dentro da sua área de referência poder portanto levar a efeito na nossa sala aquilo que advém da assinatura destes protocolos”.

Aires Pereira disse ainda que espera que “a vida cultural da nossa cidade e concelho, fruto da abertura desta sala de espetáculos que todos ansiávamos, possa, naturalmente, reacender e que isso também se traduza numa mais-valia no que à animação do espaço diz respeito”.

O edil lembrou que “o Cine-Teatro Garrett foi, durante muitos anos, o pulmão daquela zona, era o local de encontro, por excelência, do concelho. Vinham pessoas de fora da cidade para assistirem ao cinema, concertos, peças de teatro, revistas e espetáculos de ballet que lá se faziam.

“É essa a nossa estratégia relativamente à animação cultural do centro da cidade”, transmitiu o autarca, dirigindo-se aos representantes das associações “nenhum está dispensado de participar neste processo que queremos vivê-lo o mais possível com as associações do concelho da Póvoa de Varzim e com a nossa realidade sociocultural”.

Aires Pereira revelou que é intenção do Município “dar preferência àquilo que são os nossos atores principais naquilo que são as referências culturais da nossa cidade”, reforçando que, “em primeiro lugar, estarão sempre as associações do concelho da Póvoa de Varzim. Estarão sempre aqueles são os protagonistas e que aguentaram com a sala fechada e com todas as dificuldades, durante este período, a ausência de um espaço de referência, por excelência, utilizando aquilo que eram os recursos parcos que existiam na cidade. Conseguiram sobreviver, crescer e hoje, estão aqui connosco a assinar este protocolo. Isto é sinal de que continuam vivos e com interesse na vida cultual da nossa cidade”.  

O Presidente terminou reconhecendo que é uma enorme satisfação para o Município “poder retomar a vida normal nesta área, quer sob o ponto de vista dos protocolos e das responsabilidades do Município com as vossas associações, quer daquilo que se prende com a disponibilização deste novo espaço de encontro, o Cine-Teatro Garrett. Espero poder contar com todos para torná-lo a Casa das Artes da Póvoa de Varzim”.

Paulo Sousa, Presidente da Direção da Associação da Banda Musical da Póvoa de Varzim, transmitiu que “é de louvar, com a crise que ainda está instalada no nosso país, o Município novamente apostar nos protocolos com as associações culturais da nossa cidade e, nomeadamente, a Banda Musical”.

Reconheceu que o apoio da autarquia “é uma lufada de ar fresco. Vamos poder fazer face às nossas despesas, que são bastantes. Vamos retomar a animação com concertos na praia, no novo Garrett, com mais atividade da nossa Orquestra Ligeira”.

Acrescentou ainda que “é importante este apoio para que possamos fazer face à nossa Escola de Música e todas as despesas inerentes. Temos cerca de 40 meninos, muitos deles de famílias que não têm possibilidades de pagar outro tipo de escolas e, portanto, procuram a associação. Emprestamos gratuitamente os instrumentos, mas é necessário arranjá-los e este protocolo também irá ajudar na reparação dos mesmos”.  

André Chiote, Vice-Presidente da Direção do Cineclube Octopus, revelou que a reabertura do Cine-Teatro Garrett era um “momento que já ansiávamos há muito tempo porque temos a expectativa que, voltando para o centro da cidade, a população adira de uma forma mais natural às nossas atividades. Na sua opinião, trata-se de um “momento de renovação pela alteração do espaço e, provavelmente, com mais variedade do tipo de filmes que vamos trazer à cidade, sobretudo na expectativa de atingir maior público e maior diversidade de pessoas, com gostos diferentes”.

André Chiote transmitiu que “este apoio da Câmara, apesar de ser menor do que aquele a que estávamos habituados, além da expectativa de haver mais atividades, vai exigir um esforço muito maior e mais imaginação da nossa parte.

É nossa intenção que a programação heterogénea que o Octopus tem vindo a fazer se torne ainda mais abrangente e consiga abarcar os diferentes gostos e sensibilidades da população, desde os mais jovens aos mais idosos. Vamos tentar, de facto, que a população em geral consiga se rever na programação do Octopus”.

Eduardo Faria, Presidente da Direção do Varazim Teatro, referiu que “este protocolo é importante na medida em que se retoma uma atividade que, de alguma maneira, perdeu a regularidade durante os últimos dois anos. Nunca deixou propriamente de haver teatro na Póvoa, o que é um facto é que aquela habituação que foi criada ao longo dos outros 12/13 anos que estavam para trás ficou um bocado interrompida.

Este protocolo vem possibilitar o retomar dessa habituação por parte do público. Se continuamos, sempre, a fazer teatro, até agora, este protocolo é muito importante para o público da Póvoa. Muito mais, se calhar, do que para o Varazim Teatro.

O Varazim Teatro sobreviveu, tal como disse o Senhor Presidente, a estes dois anos difíceis. Quem deixou de estar tão bem servido foi o público da Póvoa. Nesse sentido, é muito satisfatório podermos retomar esse contacto mais regular com a comunidade. O público da Póvoa demonstrou sempre querer teatro”, constatou.

Em relação à reabertura do Cine-Teatro Garrett, Eduardo Faria reconheceu que “pode levar a que se acolham outro tipo de espetáculos e de outra dimensão na Póvoa de Varzim”, criando também “uma ligação mais direta com a população, uma vez que está mesmo no centro da cidade”.

No entanto, entende que “há espetáculos que resultam muito melhor no Auditório Municipal e em outros espaços alternativos. Vamos continuar a nossa política de divulgar o teatro na cidade e levá-lo a acontecer em vários sítios e cativando diversos públicos.

Ao longo dos 17 anos de existência do Varazim Teatro, toda a sua história foi construída com momentos muito difíceis, momentos muito críticos, seguidos de momentos de muito prazer e felicidade. E assim fomos crescendo e nos tornando maiores.

Neste momento, passamos o momento pior, e estamos a entrar numa boa fase e isso, tanto é bom para nós, Varazim Teatro, como é bom para todo o povo do teatro na Póvoa e para toda a cultura de uma forma em geral, no nosso concelho”.