Andrea Silva, Vereadora da Coesão Social, marcou presença nesta iniciativa e destacou a relevância de obras como esta, particularmente durante a pandemia, uma época excecionalmente complicada para as vítimas, que, confinadas em casa com os agressores, tiveram maior dificuldade em pedir ajuda.

A importância de alterações a nível legislativo foi sublinhada pela Vereadora, que considera imoral que seja a vítima a ter de abandonar o seu ambiente familiar e ser deslocada, muitas vezes acompanhada por filhos menores a seu cargo, para um local fora da sua zona de conforto. Paralelamente, aos dias de hoje, o agressor pode manter a sua rotina diária e manter a sua habitação.

Em Portugal, nos últimos 15 anos, mais de 500 mulheres foram assassinadas em contexto de violência doméstica. Na sua maioria, as vítimas são mortas por pessoas do sexo masculino, com os quais mantinham uma ligação familiar ou relacionamento íntimo. Apesar disso, Paulo Jorge Pereira viu a sua obra vedada por uma editora, que afirmou “que o tema não vendia”. Não convencido, avançou mesmo para a sua publicação, por entender que “o tema pode não ser vendido, mas tem de ser falado”.

Com os olhos postos no futuro, o autor defendeu a importância da criação de uma disciplina de afetividade e controlo de emoções para os mais novos, para evitar comportamentos agressivos no futuro e estimular a empatia, desde tenra idade.