“O Ardina”, que é como sempre se
assina o seu autor nas pequenas crónicas que escreve para os jornais locais e
como gosta até de ser tratado, fala deste livro com carinho, não só porque ele
constitui uma homenagem ao seu pai, mas também porque só foi possível editá-lo
graças aos contributos de muitos dos seus amigos que, com pequenos donativos, o
ajudaram a custear a edição de 500 exemplares. O produto da venda será depois
doado ao mapadi e à Casa do
Ardina, em Lisboa. O sonho, que demorou dois anos a concretizar, foi escrito no
Diana Bar mas, como confessa o próprio autor “foram mais as horas que perdi a
olhar para o mar do que a escrever, por isso demorei tanto”. E, num esforço
final, Joaquim Ferreira da Silva, que escreveu toda a sua obra à mão, achou que
devia actualizar-se, frequentou um curso de informática da junta de freguesia,
acabando por ser capaz de passar todo o manuscrito para o computador,
demonstrando que a idade não é impedimento para aprender e avançar.
Ilustrado com fotografias da
Póvoa no início e meados do século XX, o livro relata a história do António dos
jornais e as histórias de tantas outras vidas que com a dele se foram cruzando,
resultando no retrato da própria vida da cidade de 1906 a 1984.