Na sexta-feira, às 21h45, a Orquestra Sinfónica da Póvoa de Varzim irá apresentar as duas obras seleccionadas pelo júri que concorreram ao 4º Concurso Internacional de Composição, na modalidade de “música para Orquestra”. Assim, Metamorphoses…homage à M. C. Escher” de Luís Carvalho e “This is not a poem…” de Nuno Pinho serão interpretadas em estreia mundial pela Orquestra dirigida pelo Maestro Pedro Amaral. Após o concerto, o júri irá anunciar o vencedor que será galardoado com o prémio “Câmara Municipal da Póvoa de Varzim”. Pelas 21h15, irá decorrer um encontro informal dos compositores Luís Carvalho e Nuno Pinho com o público, a propósito das obras apresentadas a concurso.

Criada em 19 de Outubro de 2002 pelo Município da cidade, a Orquestra Sinfónica da Póvoa de Varzim é um projecto cuja estratégia de desenvolvimento da cultura musical da população passa também por proporcionar aos seus membros (finalistas ou recém-formados instrumentistas oriundos das Escolas Superiores de Música e Universidades portuguesas) formação contínua no repertório orquestral. A preceder cada série de concertos, a Orquestra proporciona estágios pedagógicos orientados sobretudo pelo Maestro Osvaldo Ferreira, fundador e Director Musical da formação.

Paralelamente, a Orquestra apresenta-se como um privilegiado instrumento de trabalho do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim na preparação, execução e gravação de obras encomendadas a compositores portugueses contemporâneos e galardoadas pelo Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim. A OSPV (uma das actividades da Associação Pró-Música da Póvoa de Varzim), beneficia do apoio do Ministério da Cultura/Direcção-Geral das Artes desde 2005.

 

Orquestra Sinfonica da Povoa de Varzim
Orquestra Sinfónica da Póvoa de Varzim

 

Sábado, também às 21h45, caberá à Camerata Senza Misura interpretar, em estreia mundial, as obras seleccionadas para a final do 4º Concurso Internacional de Composição, na modalidade “música de câmara”, “Pathos in Punctus” de Duarte Paulo Dinis Silva e “Quinteto para sopros nº1” de Pedro Lutterbach. Antes do concerto, os concorrentes terão um encontro informal com o público para falarem das suas obras. Um destes compositores irá receber o prémio “Associação Pró-Música da Póvoa de Varzim”, após decisão do júri anunciada nessa noite.

A Camerata Senza Misura é um ambicioso projecto que tem como objectivo reunir uma nova geração de músicos portugueses com vista à realização de programas de música de câmara. Com uma formação ecléctica – inclui sopros, cordas e piano –, este grupo pode executar obras com as mais diversas combinações o que permite, ao mesmo tempo, ter abrangência e flexibilidade para executar repertório de vários períodos da história da música.

O projecto teve o seu início em Novembro de 2002, com a participação no ciclo “Clarinete À Volta do Côa”. Nos XIV Encontros de Primavera, em Guimarães, a Camerata Senza Misura fez a estreia da obra Contrastes de Luís Cipriano. Participou no ciclo “Os Dias da Nova Música Portuguesa”, em Condeixa-a-Nova, no Festival de Música de Paços de Brandão, na Box Music no Centro Cultural de Belém, Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, entre muitos outros. Em 2005 encomenda obras a diversos compositores portugueses de reconhecido nome: Luís Tinoco, Victorino D’Almeida, Fernando Lapa, Sérgio Azevedo, Christopher Bochman, Carlos Azevedo, João Madureira, entre outros, passando o seu repertório a integrar música clássica e contemporênea. Em 2007 o grupo é convidado a integrar o projecto promovido pela Delegação Regional de Cultura do Norte “Retratos e Paisagens”, uma homenagem a Miguel Torga, no âmbito das comemorações do centenário do seu nascimento, tendo efectuado uma dezena de concertos por todo o país e também por Espanha. Este trabalho foi editado em disco pela Numérica.

Este fim-de-semana musical termina com o agrupamento instrumental Les Witches que irá interpretar “O manuscrito de Susanne van Soldt” no domingo, na Igreja Românica de S. Pedro de Rates, às 21h45.

Les Witches criaram um repertório concertístico desde 1999, muitas vezes em sintonia com projectos de gravação de CD´s, tendo sido muito bem recebidos por músicos e público em geral. São peritos em dar significado e originalidade às suas criações, responsáveis pelo murmúrio que rodeia as suas produções. Isto confirmou-se pela facilidade com que os não iniciados conseguem aproximar-se da música do século XVII através da atmosfera de convívio dos seus concertos. O agrupamento desfruta da ideia de criar um ambiente muito específico para cada concerto, partilhando uma cumplicidade musical com o público, enriquecido pelo encontro entre as diversas disciplinas. Neste espírito de troca organizam ensaios públicos, masterclasses com escolas de música locais e “jam sessions” com músicos locais no âmbito de “Le Witches Café”. Publicaram “Nobody’s Book”, colecção de melodias escritas de maneiras muito diferentes para facilitar a sua leitura, numa preocupação de tornar a música acessível ao público.

O encontro entre “Les Witches” e a Alpha Production em 2002 tornou possível fazer gravações regulares dos seus vários projectos, visando dar visibilidade ao seu repertório.