A sessão decorrerá às
21h45 de 22 de julho, segunda-feira, no Museu Municipal da Póvoa de Varzim. Tem
como mote “Helena Sá e Costa – 100 anos, uma vida pela música” e a entrada é
livre.

No
dia seguinte, 23 de julho, também às 21h45, o agrupamento galego Resonet (direção de Fernando Reyes) apresenta, em S. Pedro
de Rates, o programa “A Peregrina”, cantos e romances de Santiago, incluindo
música do Caminho Português, no feminino (com a soprano Mercedes Hernández).

Madalena de Sá e Costa

Violoncelista.
Descendente
de uma família de músicos e pedagogos onde avultam os nomes de seu Avô Bernardo
Moreira de Sá (violinista e musicógrafo), de seus Pais Leonilda Moreira de Sá e
Costa e Luiz Costa, (pianistas) e também o de sua Irmã Helena Sá e Costa (pianista).

Foi
discípula de Guilhermina Suggia (1929-39) e antes, de seu pai Augusto Suggia.

Concluiu o
curso de violoncelo com Isaura Pavia de Magalhães no Conservatório Nacional
(1940), prosseguindo a sua formação com Paul Grümmer (Potsdam, 1936 a 39),
Gaspar Cassadó (Paris), Sandor Végh e Pablo Casals (Zermatt, 1951 e 55),
Maurice Eisenberg e Antonio Janigro (Cascais).

Obteve os
prémios Moreira de Sá do Orpheon
Portuense (1939), Emissora Nacional
(1943), Morrisson da Fundação Harriet
Cohen (1958), Guilhermina Suggia, SNI (exaequo,
1966).

Com sua
irmã Helena Sá e Costa, pianista, manteve durante 50 anos um duo tendo tocado
em Portugal incluindo Açores e Madeira, Angola, Espanha, Alemanha, Suíça e
Bélgica. Também com sua irmã e Henri Mouton (violinista) fundou o Trio
Portugália que, posteriormente, e com a participação do violetista belga
François Broos, constituiu o Quarteto do mesmo nome.
Deu primeiras audições de obras de
Claudio Carneiro, Frederico de Freitas, Joly Braga Santos, Luiz Costa e Armando
José Fernandes.
Como herdeira do legado musical de Guilhermina
Suggia deu continuidade em Portugal aos seus ensinamentos.

Quatro dos
seus discípulos obtiveram o Prémio Guilhermina Suggia do Conservatório de
Música do Porto (onde lecionou de 1944 a 82), prémio esse que resultou da
intenção expressa em testamento, pela grande violoncelista, de venda do seu
célebre violoncelo Montagnana.

Foi também
professora do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga (1961-76),
dirigindo ainda cursos nos Conservatórios de Música de Vila Nova de Gaia,
Lagos, Portimão e Academia de Barcelos.

Participou
em diversos festivais (Sintra, Póvoa de Varzim, Matosinhos, Guimarães) e em
júris de Concursos (Eisenberg, Covilhã e Juventudes Musicais). Diretora
artística dos Cursos de Música Luiz Costa (1999 – 2008) em Fralães – Barcelos,
localidade onde nasceu seu Pai Luiz Costa, pianista, pedagogo e compositor. Em
2008 publicou “Memórias e Recordações
que recolhe o percurso de três gerações, e documenta a memória da viragem
operada pelo Orpheon Portuense na formação do gosto musical iniciada no Porto a
partir do final do século dezanove. Em 2009 e 2011 presidiu ao júri do 1º e 2º
Concurso Internacional Suggia / Casa da Música.

Acompanha
intensamente a vida musical interessando-se especialmente pela execução de
repertório menos divulgado e pelo apoio à iniciativa de jovens músicos. Tem
sido convidada para participar em diversas palestras musicais.

Resonet

O
agrupamento Resonet

formou-se em 1990 em Santiago de Compostela, sob o impulso do alaudista
Fernando Reyes, que dirije o agrupamento, e da soprano Mercedes Hernández. O
seu nome foi retirado de uma peça do Códice Calixtino. Os seus componentes
especializaram-se na interpretação da música antiga nos mais reconhecidos
centros de formação da Europa. Realizou numerosos concertos em prestigiosos
festivais e auditórios de toda Europa, e dedica grande atenção à música
relacionada com a Galiza e com o Caminho de Santiago. Gravou: «La Grande Chanson – cancións dos
peregrinos de Francia, século XVII»; «Santiago!
música e peregrinacións no Renacemento»; «Les Pellerines – a moda da peregrinación en Francia, século XVII»;
«Il Pellegrino – a viaxe de
Cosme III de Medici, 1668»; «Canto de
nadal»
; «Cantares
Galegos-Rosalía de Castro
, Canto
de Ultreia»;
«Codex Calixtinus-Cantos de peregrinos, Músicas para as
festas de Santiago, século XII»; «Festa
Dies
, músicas para a consagración da Catedral de Santiago, 1211», e «A peregrina: cantos e romances nos
camiños de Santiago».