O Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, já tinha anunciado, na passada semana, que a Praça de Touros, uma vez feito o investimento de cinco milhões de euros previsto para transformar aquele espaço num pavilhão multiusos, deixaria de acolher touradas. Ontem, o autarca declarou “o corte inevitável com uma tradição que, tendo feito o seu caminho e prosseguido o seu objetivo, não tem, nos nossos dias, razão de ser” e declarou o concelho anti-touradas.

Depois de proibir a utilização de animais selvagens em espetáculos de circo (mesmo antes de ser proibido por lei), de criar mais condições para a população canina, quer no nosso Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia (onde se não fazem abates), quer nas instalações d’“A Cerca” (associação de voluntários com foi estabelecido protocolo de suporte à sua atividade), e depois de, com esta associação e os Bombeiros Voluntários, ter criado a Ambulância Animal para socorro de animais em sofrimento na via pública, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim aprovou, por unanimidade, a interdição de corridas de touros ou outros espetáculos que envolvam violência sobre animais a partir de 1 de janeiro de 2019.

Lembramos, porém, que em 2017 a cedência da Praça de Touros já tinha deixado de ser gratuita.

Aires Pereira explicou que “com a progressiva perda de público dos espetáculos tauromáquicos (mais acentuada a norte que a sul), refletida numa queda global de 50% nos últimos 7 anos, as praças de touros do norte passaram a ter um uso residual.

Disse ainda que, ultimamente, apenas se realizavam duas touradas por ano naquela praça e que a sociedade “se tem vindo a posicionar de forma diferente” em relação a essas corridas: “há uma outra sensibilidade em relação às touradas, as novas gerações olham-nas de forma diferente, este ano já não se fizeram garraiadas nas festas académicas e a Câmara decidiu dar um novo uso àquela praça”, referiu.