O Presidente da República enalteceu a “persistência e resistência” da organização do festival, considerando que “só com um dinamismo tão grande por parte dos organizadores e de uma autarquia incansável se pode explicar que este chegue à 22.ª edição com a mesma dinâmica de sempre”.

Marcelo Rebelo de Sousa não esqueceu Luís Sepúlveda e destacou o significado especial desta edição dedicada a um “escritor amigo do Festival e de Portugal e dos portugueses, cuja ultima aparição pública foi justamente na Póvoa de Varzim, há precisamente um ano”.

Assumindo-se como um eterno aficionado do Correntes d’Escritas, o Presidente da República lamentou não poder estar fisicamente presente, “como aconteceu várias vezes no passado”. No entanto, o chefe de Estado fez questão de saudar a realização do evento no formato online, que irá permitir “a envolvência de escritores, leitores, visitantes e comunidade local através de debates e leituras”

A concluir, Marcelo Rebelou de Sousa deixou o seu desejo para “que o reencontro à medida antiga” esteja para breve e aproveitou a oportunidade para confirmar a sua presença na próxima edição do Correntes d’Escritas, “um festival tão importante para a Póvoa de Varzim, para a região Norte e para toda a cultura portuguesa.”

A Ministra da Cultura manifestou-se honrada por poder deixar o seu testemunho nesta Cerimónia de Abertura do Correntes, um evento que celebra as palavras, “aquilo que tantas vezes nos separa, mas que podem ser também a mais curta distância entre cada um de nós”.

Graça Fonseca entende que este ano “o Correntes será diferente, mas a verdade é que a cada ano sempre foi”, reinventando-se a cada edição que passa e funcionando como um extraordinário exemplo de dinamismo, num local em que se “celebra a palavra contra o analfabetismo agressivo e o facciosismo, onde se fez e continua a fazer cultura”, o que me muito se deve ao “extraordinário empenho do Município”.

Na sua intervenção, o Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim sublinhou a importância de celebrarmos a beleza das palavras no Correntes d’Escritas, “contra discursos de ódio à escala global”, cada vez mais promovidos por “algoritmo na dinâmica das redes sociais”.

Aires Pereira entende ser de vital importância “reabilitar a palavra, no seu bom uso, no seu bom nome e na sua honra”, porque o mau uso da mesma “conduziu ao sequestro da literatura por outras linguagens”. Para o edil, “devemos refletir sobre as palavras” e combater “a construção de uma sociedade onde a verdade subjetiva e particular se sobrepõe à verdade objetiva, onde aceitamos que uma imagem vale mais que mil palavras”, porque “com a morte da palavra morre o pensamento, a inteligência e a verdade”.

A concluir a sua intervenção, Aires Pereira destacou Luís Sepúlveda, Rubem Fonseca e Eduardo Lourenço, três escritores que “fizeram sublime uso da palavra e lhe prestigiaram o nome” e que “são os grandes ausentes presentes nesta 22.ª edição do Correntes d’Escritas”.

Relativamente aos Concursos Literários, Estranhezas, de Maria Teresa Horta, é a obra de poesia vencedora do Prémio Literário Casino da Póvoa, no valor de 20 mil euros. A escritora e jornalista lisboeta deixou uma mensagem: “sempre pensei que um prémio de poesia não se agradece, recebe-se em silêncio. No entanto, hoje, faço questão de dizer com alegria – obrigada Correntes d’Escritas”.

António José da Assunção, poveiro a residir na Lousã, foi o vencedor do Prémio Literário Fundação Dr. Luís Rainha Correntes d’Escritas 2021, no montante de 2.000 euros, com o trabalho Como ondas do Mar.

Conforme é habitual na Cerimónia de Abertura do evento, o Vice-Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Luís Diamantino, procedeu à apresentação da Revista Correntes d’Escritas, feita “com muita ternura, muito carinho e muita saudade” em homenagem ao amigo Luís Sepúlveda. Num testemunho emocionado, Carmen Yáñez, esposa do escritor, leu um poema de Luís Sepúlveda como forma de agradecimento à organização do evento e a toda a equipa responsável pelo Festival de Escritores de Expressão Ibérica.

Acompanhe o Correntes d’Escritas, em direto e com acesso livre para todos, sem inscrição prévia, através da transmissão via internet, bastando aceder a cada uma das ligações que deixamos a seguir.

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