O próximo concerto está agendado para sábado, dia 19, às 21h45, na Igreja Matriz, onde actua a contralto Sara Mingardo, com o conjunto vocal e instrumental Concerto Italiano e com Rinaldo Alessandrini, no cravo e na direcção musical.

O programa será composto pelas seguintes obras de Antonio Vivaldi (1678 1741):

Cantata “Cessate, omai cessate”, RV. 684

  1. Cessate, omai, cessate,

  2. Ah, ch’infelice sempre

  3. A voi dunque ricorro,

  4. Nell’orrido albergo,

Sonata a 4 “Al Santo Sepolcro”, RV. 130

  1. Adagio molto

  2. Allegro poco

Stabat Mater, RV. 621 (texto de Jacopone da Todi, 1230-1306)

  1. Stabat Mater dolorosa

  2. Cuius animam gementem

  3. O quam tristis et afflictis-

  4. Quis est homo

  5. Quis non posset contristari

  6. Pro peccatis suae gentis

  7. Eia Mater, fons amoris

  8. Fac ut ardeat cor meum

  9. Amenl

Intervalo (15 minutos)

Concerto para flauta (traverso) e cordas, em Sol menor, “La Notte”, op. 10 nº 2 RV. 439

  1. Largo

  2. Presto (Fantasmi)

  3. Largo – Andante

  4. Presto

  5. Largo (“Il Sonno”)

  6. Allegro

“Nisi Dominus”, RV 608 (Salmo 126)

  1. Nisi Dominus

  2. Vanum est vobis

  3. Surgite postquam sederitis

  4. Cum dederit dilectis suis somnum

  5. Sicut sagittae in manu potentis

  6. Beatus vir qui implevit

  7. Gloria Patri et Filio

  8. Sicut erat in principio

  9. Amen

Um dos raros e autênticos contraltos de hoje, Sara Mingardo tornou-se numa excepcional intérprete e investigadora de um largo repertório de concerto e operático. Regularmente convidada por alguns dos mais prestigiados teatros e instituições italianas, também mantém uma activa agenda de apresentações nas mais categorizadas salas do mundo. Sara Mingardo colabora ainda com relevantes maestros como Claudio Abbado, Rinaldo Alessandrini, Ivor Bolton, Riccardo Chailly, Myung Whun-Chung, Paul Daniel, Colin Davis, John Eliot Gardiner, Marc Minkowski, Riccardo Muti, Roger Norrington, Trevor Pinnock, Maurizio Pollini, Christophe Rousset, Jordi Savall, Peter Schreier, Jeffrey Tate e prestigiadas orquestras em todo o mundo musical.

Sara Mingardo foi galardoada com o prestigioso Grammy Award de 2001 pela gravação de Les Troyens de Berlioz, com o maestro Colin Davis e a London Symphony Orchestra, e o Diapason d’Or 2003 pela gravação de L’Olimpiade de Vivaldi, com Rinaldo Alessandrini. Aci, Galatea e Polifemo de Händel, gravada sob direcção de Emmanuelle Haïm para a Virgin Classic, foi premiada com o Gramophone Award 2003, como a melhor gravação na categoria Barroco Vocal. Em Maio de 2006 realizou a primeira gravação mundial de Dixit Dominus, de Vivaldi, com Peter Kopp e o Dresdner Instrumentalis Concert (Archiv).

A contralto nasceu em Veneza e estudou no Conservatório Benedetto Marcello com Franco Ghitti e completou os seus estudos com uma bolsa de estudos da Accademia Chigiana de Siena. Depois de ser galardoada em vários concursos vocais nacionais e internacionais, em 1987 estreou-se na ópera Il matrimonio segreto (Fidalma) e em La Cenerentola (papel titular).

As reveladoras interpretações do Concerto Italiano revolucionaram a percepção da música italiana dos séculos XVII e XVIII, sendo consensual por parte da crítica e do público considerarem-no como o mais requintado conjunto da especialidade. Passando a outros repertórios, além das suas vibrantes interpretações e gravações das obras-primas da música barroca, o agrupamento de Rinaldo Alessandrini também tem recuperado para o público actual obras que definharam na obscuridade, durante séculos.

Da actual agenda do agrupamento consta música sacra de Handel, Scarlatti, Legrenzi, Vivaldi, Melani, Pergolesi e Stradella;  obras instrumentais de Bach, Vivaldi, Corelli, Geminiani, Locatelli e Rossini; música vocal de Monteverdi, Marenzio, De Wert, Charpentier, Nenna e De Monte.

Em 1996, o agrupamento apresentou-se no Festival de Edimburgo em colaboração com o Mark Morris Dance Group. Nessa ocasião, o agrupamento foi premiado com o Critics Award pelo concerto de madrigais de Monteverdi.

Em 1997, o Concerto Italiano actua pela primeira vez em Nova Iorque com La Senna Festeggiante, de Vivaldi (Metropolitan Museum), e regressou aos Estados Unidos em Abril de 2000 para uma digressão (Lincoln Center – Nova Iorque, Library of Congress – Washington e outras salas). No mesmo ano, estreia-se no Japão com uma digressão que culminou com dois espectaculares concertos em Tóquio.

O Concerto Italiano grava exclusivamente para a Opus 111 e é o agrupamento residente da Accademia Filarmonica Romana desde 2003.

Além das suas actividades como fundador e director do Concerto Italiano, Rinaldo Alessandrini é um ilustre recitalista de cravo, fortepiano e órgão, e considerado como um dos mais reputados intérpretes de Monteverdi em todo o mundo. O seu profundo conhecimento e dedicação pelo repertório italiano reflecte-se naturalmente em programas nos quais procura reproduzir o essencial e os elementos expressivos e cantabile tão fundamentais na música italiana dos séculos XVII e XVIII.

Tem tocado no Japão, Canadá, Estados Unidos e em toda a Europa e está a ser cada vez mais solicitado pelas mais importantes orquestras mundiais. É o Maestro Convidado Principal da Ópera da Noruega e os seus mais recentes compromissos como director musical de ópera incluem L’Incoronazione di Poppea com a Welsh National Opera (gravada pela BBC); Frankfurt Opera, Teatro Comunale in Bologna, Teatro Comunale de Reggio Emilia e Opera do Reno; L’Isola disabitata, de Jommelli, na Accademia Filarmonica Romana; Serva Padrona na Freiburg Konzerthaus, dirigindo a Orquestra Barroca de Freiburg; Alcina de Handel no Teatre Nacional de Catalunya de Barcelona para a temporada 1998/9 do Liceu, onde também dirigiu a orquestra em concertos de inauguração para o novo auditório;  Artaserse de Hasse no Teatro Rossini em Lugo di Romagna; Le nozze di Figaro na Welsh National Opera e Amadigi de Händel no Teatro San Carlo de Nápoles;  L’Olimpiade de Vivaldi em Cosenza; Il Trionfo del tempo e del Disinganno no Queen Elizabeth Hall; Zaide de Mozart na Corunha; Giulio Cesare de Händel no Teatro Real de Madrid, no Teatro Comunale de Bolonha e na Ópera da Noruega; La Vergine dei dolori de Alessandro Scarlatti numa versão encenada no Teatro San Carlo de Nápoles com o Concerto Italiano, Barbiere di Siviglia de Paisiello no Théâtre de La Monnaie, em Bruxelas, Ulisses de Monteverdi na Welsh National Opera.

Neste ano, Rinaldo Alessandrini foi nomeado Chevalier dans l’ordre des Arts et des Lettres pelo Ministro da Cultura francês e, com o Concerto Italiano, foi galardoado com o prestigiado Premio Abbiati, concedido pela crítica italiana.