A febre das almas sensíveis passa-se em Portugal, na primeira metade do século XX. Entre os males que assolam um país isolado e retrógrado, a tuberculose ressalta como uma das principais causas de morte.

Ainda sem recursos farmacológicos para combater a doença, os médicos recomendam aos infetados o internamento em sanatórios instalados em zonas de altitude. Na serra do Caramulo, outrora uma região pobre e agreste, cresce uma estância sofisticada que, no auge do seu funcionamento, chega a acolher milhares de doentes.

Entre o edifício do Grande Sanatório do passado – onde o drama do jovem Armando se cruza com o dos outros pacientes –, os escombros do presente, visitados por uma rapariga que coleciona histórias de escritores tuberculosos, e as páginas escritas pelo misterioso «R. N.», movem-se almas de todos os tempos: Eduardo, Natália, Carolina e Ernest, mas também Soares de Passos, Júlio Dinis, António Nobre e tantos outros atingidos pela febre das almas sensíveis.

Combinando o registo histórico e a toada fantástica que produziram a magia de Rio do Esquecimento, neste novo romance, finalista do Prémio LeYa, Isabel Rio Novo recupera a memória de uma doença esquecida, que marcou a sociedade de uma época e o nosso imaginário romântico.

Fiel às suas raízes argentinas, Cristina Norton segue a tradição dos grandes contistas latino-americanos. A Vida É Um Tango é uma prova disso. As suas histórias transportam-nos à Argentina, ao México, a França e a Portugal, dando-nos a conhecer um cleptómano que rouba a voz de um grande cantor, uma pintora com uma vida insólita, uma mulher que lê o destino nas folhas de chá, um anão bombeiro, uma menina malcomportada, a perna perdida de uma grande artista, a vingança póstuma de uma sogra, entre outras personagens e coisas memoráveis.

Algumas destas histórias são fruto das vivências da autora, como «A Mãe da Plaza de Mayo». Outras, do seu hábito de observar o quotidiano sob uma perspetiva irónica e cheia de picardia. Como foi o caso de duas mulheres muito parecidas num consultório, onde aguardam a chegada de um homem, episódio que inspirou o conto «O Bígamo». Imagens rápidas como flashes, que levam Cristina Norton a escrever rascunhos, com a rapidez de quem esboça uma paisagem, para depois os trabalhar até atingirem a forma redonda de um conto, serem um relato curto, mas intenso, para levar o leitor a lê-lo de uma assentada.

Estas histórias poderiam ser o «fado» de alguém, a dança da vida ou a letra de um tango.

Em Ninguém espera por mim no exílio o autor conduz-nos  numa prolongada e geométrica analepse, articulada em três fôlegos distintos por um corpo de vida adentro, nele desfilando (e desfiando) solidão, desencontro, incrustação de tempos que se esvaem e, por fim, a eclosão de uma desapiedada
consciência de si.
E assim é revelada Leonor, uma atriz de teatro à beira da sua última representação de Nina, de “A Gaivota”, num vasto puzzle que entrelaça memória e impossibilidade.

Ainda no dia de hoje, às 17h30, na Sala de Atos serão lançados os livros Irmão de Gelo, de Alicia Kopf e Na memória dos Rouxinóis, de Filipa Martins.

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