No dia 22 de janeiro, terça-feira, às 21h30, estarão presentes os realizadores – Morag Brennan e Steve Harrison -, bem como a Coordenadora Nacional do Plano Nacional de Cinema, Elsa Mendes.

A 29 de janeiro, terça-feira, haverá sessões às 10h30, 14h30 e 16h30 destinadas aos alunos das várias escolas do concelho.

A entrada é livre até à lotação da sala, sendo que no caso das escolas (turmas acompanhadas pelos seus professores) deverá haver marcação prévia.

O filme retrata as duas Póvoas dos anos 50 e 60 – a turística e a piscatória. O trabalho mostra que a Póvoa de Varzim era o conjunto de dois lugares, diferentes entre si, mas sob alçada do mesmo território e da mesma autoridade.

Steve Harrison e Morag Brennan visitaram a Póvoa de Varzim, pela primeira vez, em 1996 e ambos apaixonaram-se pela cidade imediatamente. Anos mais tarde, em 2010, o casal – ele inglês, ela escocesa – estava em Lisboa quando viu um postal em Lisboa que achou curioso: uma fotografia a preto e branco de uma mulher com vestes negras que andava descalça numa rua. No muro atrás dela estava fixado um cartaz meio rasgado de Sophia Loren, conhecida atriz italiana da década de 50 e, ao lado, uma tabuleta de madeira com a palavra “Vende-se”. Num ápice, descobriram que a autora da fotografia era Agnès Varda, cineasta belga que ambos admiram, e que o cenário era a Rua das Lavadeiras, na Póvoa de Varzim, em 1956.

Quando voltaram à Póvoa descobriram que a jovem da fotografia era Maria do Alívio.

“Apercebemo-nos do que a Agnès Varda estava a tentar dizer naquela fotografia: a Maria do Alívio representava a comunidade piscatória e a Sophia Loren representava a parte turística da cidade”, refere o realizador.

Com a colaboração de José de Azevedo, antigo Presidente da Câmara e jornalista poveiro, foram conhecendo os pormenores da comunidade piscatória da Póvoa de Varzim, especialmente o seu passado. Interessado na História da cidade, o casal pensou em documentar todas as informações num artigo científico. No entanto, havia muito mais do que aquele grupo de pescadores e as suas famílias.

Daí a importância de fazer um filme: “Fomos incentivados pelas pessoas da cidade. Mas também vimos uma geração inteira a morrer. As pessoas mais idosas, que estavam todos os dias sentadas nos mesmos lugares em Aver-o-Mar, já não estão lá. Perdemo-las. Tínhamos de contar as suas histórias”, salienta o realizador.

E esse conto, o das duas cidades, aborda também a ditadura a que Portugal estava sujeito nas décadas de 50 e 60.