A Avenida dos Banhos encheu-se de gente para apreciar a tradição que desfilava ao ritmo de variados cantares.

Belém, Mariadeira, Matriz, Norte, Regufe e Sul, abriram o cortejo e, em conjunto, dançavam e cantavam as Marchas de S. Pedro.

Aguçadoura trouxe um pouco do seu areal e mar à marginal da Póvoa de Varzim que, associados aos campos masseira, retratam esta freguesia da faixa litoral. Os carros alegóricos cuidadosamente preparados representaram tanto a produção agrícola nos campos masseira, em viveiros ou em estufas bem como a venda desses produtos hortícolas.

A sobrevivência de velhos hábitos de trabalho agrícola marcou a freguesia de Amorim que expôs diferentes processos e utensílios da vida agrária, desde o amanho da terra, à sacha, monda, rega, cegada, esfolhada, debulhada, secagem e limpeza passando pela moagem e terminando na cozedura do pão. Até as danças e cantares tradicionais que marcavam os momentos de esfolhada incorporaram o cortejo.

 

agucadoura amorim argivai averomar

A Argivai está associada uma importante tradição poveira, a Segunda-feira do Anjo. Este ritual enraizado nos hábitos da população foi simbolizado pelo gigantesco e alegre piquenique, marcado pelos jogos tradicionais e ao qual não pôde faltar o vinho.

A mais densa e populosa freguesia do concelho, simbolizada pelo homem da beira-mar, pescador e sargaceiro, fez desfilar os seus costumes com sabor a mar. As peixeiras apregoavam os peixes transportados nas gamelas que as suas cabeças sustentavam e os sargaceiros conduziam as carroças carregadas de sargaço, útil para a agricultura que também se praticava nesta terra. Aver-o-Mar é também conhecida pela romagem à Capela de Santo André, na qual desfilaram os peregrinos trajados de luto que percorrem o percurso até à capela, rezando e cantando.

A freguesia do extremo nascente do concelho, Balasar, fez-se representar pelo processo de produção de vinho, desde a poda ao engarrafamento, passando pela vindima e esmagar das uvas na adega. O proveito do vinho ficou representado pela cozinha tradicional onde era saboreado juntamente com os petiscos. 

 

balasar beiriz estela laundos

 

A tasca também fez parte das alegorias que marcaram a freguesia de Beiriz que destacou a actividade da construção civil, fazendo saber que, entre 1705 e 1714, os seus pedreiros construíram 999 arcos entre Terroso e Vila do Conde. A carpintaria e a arte de produção de bolas também tiveram lugar no cortejo. Estela trouxe a sua conhecida Feira Semanal de Domingo até ao Passeio Alegre, onde os produtos foram apregoados. Para além da vertente comercial também a actividade agrícola esteve representada por esta freguesia do extremo noroeste do concelho.

O trabalho da madeira, da pedra e no campo marcavam a labuta da população de Laundos que se fez acompanhar dos animais que os auxiliavam nas suas tarefas diárias, nomeadamente o burro, que contribuía para o transporte da farinha dos moinhos do Monte de S. Félix para o centro da aldeia.

 

navais rates terroso povoadevarzim

 

Lavar a roupa no rio da aldeia ao ritmo dos cantares das lavadeiras e o trabalho da madeira simbolizaram os costumes  dos habitantes de Navais.

São Pedro de Rates desfilou, nos seus carros alegóricos, o ciclo do linho. Desde o linho em planta às belas peças de linho em tecido, todo o processo de produção estava devidamente representado.

Terroso escolheu a tradicional cerimónia de casamento onde é notória a elegância dos trajes de festa caracterizados pelo preto que contrasta com o ouro para abrir o cortejo da freguesia. Ao público foram distribuídos os típicos confeitos destes dias de festa. Ferreiro, pedreiro, lida da casa, profissões liberais e mantas de Terroso integravam as artes e ofícios da freguesia.

A freguesia da Póvoa de Varzim encerrou o Cortejo de Usos e Costumes, representando a sua comunidade piscatória nas redes lançadas ao mar. O  Monumento às Gentes da Póvoa também incorporou o cortejo simbolizando o conjunto das doze freguesias que formam o nosso concelho.