Enquanto Presidente
da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, Artur
Santos Silva referiu que “a Comissão só teria sentido se mobilizássemos a
sociedade portuguesa em três vectores fundamentais: autarquia, educação e
academia”. Em relação à educação e à academia, o banqueiro considera que estas
saíram reforçadas com a República sendo que o grande ideal republicano foi
promover a igualdade pela educação e foi nesta altura que foram dados passos
mais significativos de mudança na escola referindo ainda que “a República criou
as Universidades de Lisboa e do Porto em 1911, reestruturou a Universidade de
Coimbra e criou ainda o Instituto Superior Técnico. Houve, portanto, uma
alteração muito relevante na academia portuguesa”. Sobre a autarquia, Artur
Santos Silva afirmou que “a República fez um esforço importante para
descentralizar as instituições políticas dando muito mais importância à cidade
e o papel da autarquia devia ser sublinhado”.

Considerando
que a Europa é a nossa grande questão hoje em dia e que “é da saúde da Europa
que muito dependemos”, Artur Santos Silva fez um pouco de história sobre a
mesma terminando no quadro actual de crise que se vive nos ideais europeus.

Após uma
contextualização económica e política do nosso país na Europa ao longo dos
tempos, o banqueiro afirmou que “Portugal está na União Europeia e não se
limita a desempenhar aí um papel passivo”. Referindo-se à Agenda de Lisboa,
Artur Santos Silva informou que Portugal foi o país que deu o maior salto no
investimento em investigação e desenvolvimento, mais do duplicando o valor que
tinha anteriormente.

“A
Europa vive uma grande crise como nunca viveu mas que não será com certeza a
última, mas a mais grave e séria” disse Artur Santos Silva para quem “vencer
esta crise exige mais Europa”. O conferencista considera que a Europa só tem
sentido como um projecto comum, onde prevaleça a força da razão porque
“isolados não vamos a lado nenhum”. Artur Santos Silva referiu ainda que “a receita
para o nosso país impõe um grande entendimento político e social que passa pela
mobilização de toda a sociedade de quem é exigido mais sentido de cidadania”.

Macedo
Vieira, Presidente da Câmara Municipal, não se mostrou tão optimista em relação
à actual situação nacional e europeia referindo que “se a força da razão não
vencer, a razão da força vai imperar” acrescentando que “temo que com a crise
do euro os países não sejam capazes de criar estratégias comuns”. O autarca
afirmou que “estamos à porta de uma crise política” devido à ausência de
líderes capazes e é urgente que haja uma supervisão a nível europeu que garanta
estabilidade económica e consequentemente estabilidade social.

Esta foi a segunda
de um Ciclo de Conferências que contará com personalidades como Miguel Veiga, a
20 de Julho, António Nóvoa, a 13 de Setembro, e João Marques, no dia da
Implantação da República, 5 de Outubro.

A iniciativa, uma organização conjunta da Câmara
Municipal da Póvoa de Varzim e de “O Comércio da Póvoa de Varzim”, insere-se na
programação de Comemorações que assinalam o Centenário da Implantação da
República na nossa cidade. “Na Maré da República”, título das Comemorações na
Póvoa, arrancou oficialmente em Fevereiro, altura em que foram apresentadas
algumas das actividades previstas e anunciado o sítio oficial do evento, que
pode consultar em http://web.cm-pvarzim.pt/namaredarepublica/