Este é um livro com
25 poemas, resultantes de “uma viagem interior, uma viagem que tem que ver com
o percurso de quem está nesta área da escrita”, explicou. Daí o nome deste novo
livro, que remete também para a duplicidade de entendimentos que a linguagem de
José Azevedo Nóbrega pode ter. “A viagem também é dupla”, acrescentou,
referindo ainda que, quando escreve, os textos tanto podem resultar de “viagens
interiores” ou de palavras. “Da palavra «horrível» surgiu «o rímel», com que
começa o meu poema Esperança Opaca, e
da palavra «estudantes» surgiu «e isto dantes»”. Poemas que, a par de outros, o
autor fez questão de declamar, uma sessão de poesia intercalada com a
interpretação de poemas musicados de autores como Eugénio de Andrade ou Sophia
de Mello Breyner, por Sara Luz,
voz e percussão, e Blandino, voz e guitarra acústica.

Natural de Trás-os-Montes, Francisco Gonçalves
vive há já 12 anos na Póvoa de Varzim. Tem outras três obras editadas: Agueirinho,
A Boca na Mão e A-mei-o-tempo.