Centenas de pessoas
participaram nesta iniciativa que incluiu música, teatro, uma feira e momentos de
verdadeiro patriotismo.

Logo pela manhã uma
Feira Tradicional assentou arraiais na Praça do Almada. Produtos hortícolas,
doçaria ou artesanato poveiro eram algumas das ofertas neste mercado. À tarde,
chegou a Banda Musical. A sua música chamou cada vez mais gente – os
figurantes, centenas, representando os momentos que antecederam a Proclamação
da República, o público, às centenas também, que ia recebendo toda a
programação do evento pelas mãos dos ardinas, que distribuíam os folhetos
informativos como se fossem jornais, com pregões à mistura.

Junto à estátua de
Eça de Queirós um palco recebeu ilustres poveiros como António dos Santos
Graça, David Alves, Vasques Calafate, José António Castro Alves (Secretário da
Câmara), Patrão Sérgio, Patrão Lagoa, entre outros, encarnados por alunos do Agrupamento
Vertical de Escolas Cego do Maio, que assim apresentaram a peça de teatro “Tertúlia”.
 

Dali, e de novo ao som
da Banda Musical, o cortejo seguiu até à Casa da República, hoje A
Filantrópica, onde poesia revolucionária, ainda que com um toque de modernismo,
foi lida pelos “Trup”, antecedendo o hastear da Bandeira Republicana. No Largo
de Santiago, hoje Largo da República, crianças recriaram jogos tradicionais,
como o jogo da péla, minimamente dificultados pelas saias compridas das meninas,
ajustadas com as sacas de serapilheira que usavam para ir à escola, e pela
falta de sapatos em alguns pés, já que os sapatos eram, na altura, luxo de
apenas alguns.

De novo em direcção
à Praça do Almada, a Banda Musical, composta por alunos da Escola de Música da
Póvoa de Varzim, parou em frente à Câmara Municipal. Uma multidão começou a
juntar-se à medida que o grande momento se aproximava – a Proclamação da
República. E eis que se ouve uma voz e é lido, a partir do documento original
guardado no Arquivo Municipal da Póvoa de Varzim, o Auto da Proclamação da
República. Na altura, este documento foi proferido pelo Secretário da Câmara
José António Castro Alves e assinado tanto pelo Presidente da Câmara, David
Alves, como pelo Administrador Sousa Campos. No final, vivas à República,
lenços verdes e vermelhos a esvoaçar e é finalmente entoada “A Portuguesa”, com
a participação do Coro da Escola Secundária Rocha Peixoto. Lá no cimo, na varanda,
a bandeira da Carbonária é de novo desfraldada.

Depois, 1910 e 2010
reencontram-se. O grupo de Danças Urbanas da Escola Secundária Rocha Peixoto
traz as sonoridades modernas para fazer a dança “As Bandeiras”. Momento verdadeiramente
simbólico, em que a Bandeira Nacional se ergueu bem alto, pano de fundo mais do
que idílico para a Largada de Pombos que colocou um ponto final nesta recriação
da proclamação da República na Póvoa de Varzim.

Organizada pela Câmara Municipal, que assim se
associa às comemorações que têm lugar a nível nacional, esta recriação contou
com a colaboração dos Agrupamentos Verticais de Escolas Cego do Maio, Dr.
Flávio Gonçalves, Aver-o-Mar, Beiriz e Rates, Escola Secundária Rocha Peixoto,
Escola de Música da Póvoa de Varzim e A Filantrópica – Cooperativa de Cultura,
CRL.