Um ano após receber personalidades como o pintor Malangatana, que faleceu recentemente, o Correntes d’Escritas homenageou, na sessão de abertura, a escritora Luísa Dacosta, à qual se dedicou a 10ª edição da revista baptizada com o mesmo nome do acontecimento.

Com palco assente no Casino da Póvoa, as primeiras horas da iniciativa promovida pela autarquia caracterizaram-se pelo anúncio dos vencedores de quatro prémios literários. O destaque foi para “O Livro do Sapateiro”, de Pedro Tamen, que venceu o Prémio Literário Casino da Póvoa. O júri, em parte composto pela escritora Patrícia Reis e pelo jornalista Carlos Vaz Marques, classificou a obra como “maravilhosa”.

Já o poema “Esquecimento”, de Ana Filipa Craveiro Reis, alcançou o galardão do Prémio Correntes d’Escritas/Papelaria Locus.

Os mais novos, por sua vez, também não foram esquecidos nesta edição do Correntes d’Escritas. O primeiro prémio Conto Infantil Ilustrado Correntes d’Escritas, em colaboração com a Porto Editora, foi atribuído à turma 15 Escola EB1/J1 de Medo, de Riba de Âncora, de Vila Praia de Âncora, que concorreu com o conto “O sonho da Violeta”. Por último, o prémio Fundação Dr. Luís Rainha foi para Ana Paula Mateus por “Sete Histórias do Vento Salgado”.

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Um outro momento de destaque da cerimónia foi a intervenção da também premiada Luísa Dacosta, considerada poveira. O vereador da Cultura da Póvoa de Varzim, Luís Diamantino de Carvalho classificou a autora como “pouco lida” e que escreve uma “poesia que dói”, fazendo uma referência à sua vida e obra. Após estas palavras a escritora falou ao público, satisfeita, e leu um texto da sua autoria. Luísa Dacosta é responsável pelos livros “Um Olhar Naufragado” (2008), “A-Ver-O Mar” (1980), “Vovó Ana, Bisavó Filomena e eu” (1969).

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O encerramento da sessão coube ao presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, José Macedo Vieira. O autarca socorreu-se do evento Correntes d’Escritas para alertar para a situação actual a nível social da humanidade e do país, factor que prejudica o desenvolvimento da cultura. “A formação ética é o grande desafio do nosso tempo, tão escasso de valores”, revelou. Durante o seu discurso fez poucas referências o evento em si, antes destacando uma situação que precisa de uma mudança.

O Correntes d’Escrita prolonga-se por mais três dias preenchidos com várias actividades desde tertúlias com escritores até lançamento de livros e visualização de documentários.

Texto: Renata Silva

Fotos da autoria de Rosa Matos