Novo Livro do Apocalipse ou da Revelação é, nas palavras do seu autor, “uma grande narrativa teológica em forma de diário que dá a perspectiva dos acontecimentos de forma a tirar o véu para que todos possamos ver a sociedade como ela realmente é”.

Considera-se morto desde 21 de Março de 1973. “Não constou que eu tivesse sido morto, nem eu soube. Foi nesse dia que, pela segunda vez, fui preso pela PIDE. Só depois de 11 meses de prisão, no dia em que fui libertado, é que soube que tinha sido morto pelo Poder Eclesiástico da Diocese do Porto. Decidiram, no dia em que fui preso, que eu deixava de ter paróquia. Nunca mais tive um ofício pastoral”.

Jornalista reformado, o Padre Mário da Lixa dedica este livro a todos os Bispos da Igreja de Jesus “que estejam em comunhão ou não com o Bispo de Roma, a todos os presbíteros da Igreja de Jesus, casados ou não”. E aqui criticou a Lei do Celibato, classificando-a de “infame” e “pura arbitrariedade do Vaticano”. E apontou mais críticas, por exemplo, aos Governos, poder executivo não da vontade do povo mas do Poder Financeiro Mundial.

“Este livro é uma espécie de meu testamento para a Igreja”, classificou, dando ainda conta que no prólogo colocou o seu testamento pessoal. “É o livro da minha maturidade humana e de fé. Cresci dentro da Igreja, percebi-lhe toda a perversidade. Tinha 1001 razões para me afastar da Igreja, dizer ‘Vocês são uma escória, uma máfia’. Mas porque sei que na origem da Igreja está Jesus, eu, por Jesus e na minha comunhão com Ele no dia-a-dia, percebi que devia manter-me sempre no interior da Igreja para ver se ela se convertia. É uma ingenuidade minha mas eu quero a conversão da Igreja”.

Poder Eclesiástico, Poder Político e Poder Financeiro são assim a “perversa Trindade” que o Padre Mário de Oliveira pretende desmascarar. “Nós só vemos o que eles querem que vejamos. Temos que ver para além da encenação, e a realidade é horrível. E quando vemos a sociedade como ela é ou damos um tiro a nós próprios ou tentamos mudar a sociedade. E para isso temos que nos mudar a nós próprios”.