Numa altura em que se concretizam 699 anos que foi atribuído à Póvoa de Varzim o seu Foral, ou seja, a sua autonomia política e administrativa,  Macedo Vieira incentivou a comunidade poveira a adoptar uma atitude mais competitiva. O contributo da sociedade civil é um factor decisivo para a promoção de iniciativas de carácter económico que aproveitem a nova imagem da cidade e lhe acrescentem novas valências competitivas.

Manifestando, uma vez mais, a sua dedicação ao município da Póvoa de Varzim, o Presidente salientou que “a iniciativa de requalificação da Praça do Almada tem, globalmente, a dimensão política correspondente à importância que se dá, no programa de gestão da cidade, ao seu principal centro cívico e político, que deve ser, sempre a apresentação do todo, e, portanto, a nossa condigna sala de visitas”.

Da dimensão política à histórica, o Arq. Rui Bianchi esclareceu, a propósito da requalificação da Praça do Almada, sobre a origem das praças urbanas, ou seja, da função que historicamente cumpriram no ordenamento e no planeamento da evolução das cidades. Recuando a finais do século XVIII e inícios do século XIX, o autor do projecto de renovação da Praça apresentou as razões da sua construção, no contexto da época, e funções que desempenhou (de carácter urbanístico e socioeconómico) na evolução de uma cidade que é hoje muito diferente da de há dois séculos.

Recuperar a sua identidade como estrutura de lazer é, então, o objectivo desta intervenção, que se prevê durar até finais deste ano. Uma identidade que, aliás, não lhe é desconhecida, já que em finais do séc. XIX era espaço de passagem e encontro, vocação que agora se pretende reviver e dignificar. O arquitecto revelou ainda a sua preocupação em conferir à “nova” praça a centralidade, monumentalidade e estatuária inerentes a estes lugares de história e de memória colectiva. E como esta intervenção não é um corte com o passado, elementos já considerados como “históricos” da Praça não vão desaparecer. São eles  o monumento a Eça de Queirós e as siglas poveiras, localizadas a nascente da Praça, assim como o Coreto e o Pelourinho, a poente. “A estátua de Eça de Queirós terá a toda a volta um espelho de água que servirá de protecção ao monumento que é constantemente vandalizado”, referiu Rui Bianchi.

A verticalidade característica das primeiras cidades-estado estará retratada nas 26 colunas com seis metros de altura que serão colocadas entre o espaço pedonal e a via rodoviária. A renovação da praça prevê o encerramento ao trânsito da parte norte, que ficará reservada apenas aos peões com a pedonalização parcial do espaço.

O arquitecto garantiu que as obras da Praça do Almada irão conferir uma nova dinâmica à cidade, mantendo o seu papel fundamental de espaço central onde os seus habitantes possam passear, jogar, percorrer, estar, rodeados de vegetação em jardins e árvores, com iluminação, texturas, cores e luz cuidadosamente pensadas por Rui Bianchi.