Macedo Vieira considera que esta Feira
Agrícola do Leite, que já se realiza há seis anos é de extrema importância,
apesar de “muita gente pensar que
  este  é um concelho ligado ao turismo e às praias, a Póvoa tem uma actividade
económica importantíssima
. Temos a parte hortícola,  na zona ribeirinha,
Aver-o-Mar, Aguçadoura e Estela
  e a parte da
agropecuária onde estamos, em Rates, e também em Balasar e Laundos.
  O autarca frisou ainda as “graves dificuldades pelas quais o país
passa
com
uma política agrícola que subestimou um pouco esta actividade primária que é
fundamental em termos de autonomia e independência do país”,
justificando, assim, a importância que reside no facto de incentivar os agricultores . O autarca manifestou a sua preocupação “nesta
altura em que os agricultores passam muitas dificuldades nomeadamente com o
preço do leite devido à concorrência internacional e a inexistência de
fronteiras”.

O edil
poveiro referiu-se ainda ao Seminário “O Sector Leiteiro no Horizonte 2015”, a decorrer durante a
tarde de hoje, no qual “técnicos do Ministério da Agricultura vão expor as
formas como podem ser organizadas as actividades agrícolas e vacarias e também
a maneira de fazer candidaturas ao ProDer (Programa de Desenvolvimento Rural)
no sentido de obter os apoios, nomeadamente para o tratamento ambiental, já que
a questão dos efluentes é, por exemplo, um assunto que nos preocupa”.

Macedo
Vieira lamentou o facto de “o país ainda não ter tido, desgraçadamente, ao
longo destes anos duas políticas, uma que é a construção de ETAR’s e
despoluição de uma forma sustentada e organizada da costa portuguesa e a outra que
é a despoluição dos solos organizando o sistema de tratamento de esgotos, nomeadamente
aqui na nossa zona onde há muitas vacarias e é uma das maiores bacias leiteiras
do país”. É urgente o tratamento dos efluentes de modo a que não haja poluição
ambiental, alertou o responsável político.

agroleite 01

O
responsável pela organização da Agroleite explicou que se trata de “uma feira
vocacionada para o sector leiteiro e o nosso grande objectivo é divulgar o
sector e proporcionar aos agricultores o contacto com as empresas que lhes
podem fornecer determinados equipamentos e produtos à sua actividade”.

Em
termos de participantes, José Oliveira considera que “mantém-se sensivelmente o
mesmo número do ano passado, cerca de 100 expositores. Tenho que reconhecer que
este ano foi uma tarefa bastante difícil para conseguirmos convencer muitos
agricultores devido à crise que neste momento afecta todo o sector da
actividade”. Como produtor de leite, o que o preocupa é fundamentalmente o
licenciamento das explorações pecuárias, o não funcionamento do ProDer e a
descida do preço do leite.

José
Oliveira afirmou que “é necessário criar uma linha de desendividamento rapidamente
de modo a diminuir as prestações e os encargos dos agricultores, as dívidas que
foram contraindo. Caso contrário, esta zona que é uma das maiores zonas
leiteiras do país vai ter um grande abandono”.

No
entanto, o responsável pela feira considera que “apesar de todas as
dificuldades, a Agroleite, já na sua sexta edição, está bem representada e
dignifica a iniciativa que realizamos há vários anos”. Sobre o programa,
referiu que há dois pontos fortes nesta feira: o seminário vai versar dois
temas, o licenciamento das explorações agrícolas e a questão do ProDer e em que
moldes o agricultor poderá apresentar a sua candidatura ao programa de maneira
a poder obter apoios para os investimentos que pretendam fazer e o outro
momento alto, o VI Concurso da Raça Holstein Frísia.

agroleite 02

A Agroleite conta
com o apoio da Câmara Municipal e este ano apresenta algumas novidades no
sentido de melhorar a eficiência do espaço da Feira e o bem-estar de todos os
expositores e visitantes. Pela primeira vez, o ingresso na Agroleite será livre
e haverá um parque de estacionamento interno exclusivo dos expositores. Haverá
ainda, um recinto próprio e amplo destinado ao sector das Máquinas e
Equipamentos Agrícolas, junto à entrada principal.

Diariamente terão
lugar, às 21h00, espectáculos musicais no recinto da Feira, com destaque para o
Festival de Folclore no dia inaugural que contará com a actuação do Rancho
Folclórico de S. Pedro de Rates, Rancho Folclórico de S. Julião de Calendário,
Rancho Folclórico e Recreativo Candoso S. Martinho e Rancho Folclórico Poveiro.
No dia 17, a
animação nocturna estará a cargo do Grupo Musical Santa Cruz e no sábado de
Augusto Canário & Amigos, com concertinas e cantares ao desafio.

Para além da
exposição de máquinas e serviços agrícolas, a Agroleite aposta também na
promoção de produtos regionais, com a presença de quatro restaurantes onde não
faltam as carnes de raças bovinas autóctones, e de expositores certificados que
trazem lacticínios, charcutaria, mel, vinhos, azeite, doçaria, entre outros.

O horário de
funcionamento da Feira é das 10h00 às 24h00, sendo que no último dia, 19,
encerra às 21h00.

Para mais informações, consulte a página da LEICAR
em www.leicar.pt