No dia 27 de julho, próximo sábado, Aurora Gaia vai lançar o seu mais recente livro A palavra na Arte, na Biblioteca Diana Bar.
Sinopse da obra: “Enquanto vivência com a ARTE, o afecto é um ganho depois da chegada das lembranças das diferentes obras olhadas e pensando na convivência com os seus autores. A felicidade do olhar perdura, a saudade das conversas é trazida para longas meditações poéticas, o casamento da PALAVRA com a ARTE faz-se lugar feliz, justifica um livro que se chama justamente A PALAVRA NA ARTE. Esta PALAVRA são palavras, traduzem emoções mais do que a racionalidade do crítico de arte e do ensaísta.
Reflexos mudos, as obras de ARTE procuram a duplicação do dizer, e o poeta espreita, é preciso que ele habite o próprio artista, e alguns escrevem, mas há poetas que não dispensam as imagens e reservam algum tempo a desenhar e a pintar, também. Amorosamente as palavras e as imagens, enquanto necessidade conjunta, fazem do artista e do poeta irmãos da vida, um e outro têm uma experiência sensorial sem invalidar as explicações mais racionais, que justificam um diálogo alargado com quem de fora se interroga sobre o universo criativo e a função da Arte.
Deixo a palavra ir ao céu da boca, escreve Aurora Gaia logo no começo do presente livro, e eu penso na força que os nomes ganham quando saem na declamação, sobrevivendo à angústia das mãos para desespero dos olhos, onde a luz irrompe porque nenhum sol brilha, e dentro habita a razão do corpo. A razão do corpo não pode ficar preza quando se apagam as luzes e outras luzes se acendem. Os sublinhados são obviamente palavras de Aurora Gaia, retirados dos poemas dedicados a pessoas que realizam ARTE, mas a autora não se anula, está dentro, completamente entregue e grita, para tentar colorir a esperança. E bem precisamos de esperança alargada ao mundo onde o artista e, obviamente, o poeta, devem ser à maneira deles agentes de mudança da vida para a paz, contudo eles precisam de outros companheiros, gente da educação e da política a vários níveis do debate de ideias”.
Aurora Gaia nasceu no Porto, a 7 de Setembro de 1938, viveu longos anos em Gaia. Reside actualmente no Furadouro, Ovar. Desde sempre associada a projectos de cariz cultural, desenvolveu a sua criatividade profissional na televisão – na RTP, no Monte da Virgem – como caracterizadora.
Em 1980, sob a direcção de Norberto Barroca, estreou-se na companhia de teatro Seiva Trupe na peça “Quanto vale um poeta”. Seguiram-se “Um cálice de Porto, “A dama de copas”, “Liberdade em Bremen” e “Marlene”.
No teatro experimental do Porto (TEP), interpretou “A lenda de Gaia”, “Reginaldo”, “Os fantasmas”, “É urgente o amor”, “Henriqueta Emília da Conceição” e “Felizmente há luar”.
A televisão e o cinema têm tido um lugar muito especial na sua vida. No cinema, participou em longas, médias e curtas metragens, entre as quais se destacam os filmes “Uma relação fiel e verdadeira” de Margarida Gil, “Intermitências”, “Estado de Graça” e Quando eu morrer”, estes três últimos exibidos no FantasPorto. Foi, ainda recentemente, protagonista em “Chá da noite” de Luís Moya, faz parte do elenco das séries “Triângulo Jota” e “Lendas de Portugal”. A sua interpretação em “Intermitências” valeu-lhe uma nomeação honrosa.
Apesar de aposentada, tem continuado a dedicar-se à formação de caracterização em escolas, colectividades e na Federação Portuguesa de Teatro.
Tem-se dedicado à poesia, quer como autora quer como divulgadora. Participação em várias Colectâneas e Rádio.
Foi homenageada, pela sua actividade em prol da arte, pelo Teatro, com o prémio Amasporto, em 2005.
Em Abril de 2013, lança com sucesso o seu primeiro livro de poesia “E por isso eu amo a Palavra”. Obra selecionada na Lista Final para o Prémio Literário de Poesia Glória de Sant’Anna 2015. Na “XII Edição do Concurso Nacional de Teatro de 2016 é-lhe atribuído o Prémio Prestigio Personalidade Fundação INATEL 2016. Galardão entregue no Encerramento do Concurso Nacional de Teatro de Póvoa de Lanhoso, pela Vice-Presidente da Fundação INATEL a actriz Inês de Medeiros.
Fundação Dionísio Pinheiro – Homenagem Caminhos de Memória 2018 a Aurora Gaia, Personalidade.
Mulher das Artes e da Cultura, Grande Amiga e Pessoa de Afectos. Pelo percurso, pela excelência, pela dedicação, pela amizade a esta Instituição e pela Vida de e em Cultura da Pessoa Excelse que é Aurora Gaia.
Em cena com a peça “Medeia” de Mário Cláudio no Teatro Contacto Ovar.