Vinte e quatro horas após o início da demolição da desativada Praça de Touros da Póvoa de Varzim, foram colocados à entrada do edifício-sede da Câmara Municipal dois envelopes, um dirigido ao Presidente da Câmara, outro ao seu Vice-Presidente.
Os conteúdos eram iguais, quer no objeto, quer na dedicatória: uma bala para cada um, acompanhada destes dizeres: “Não é uma ameaça, muito menos um aviso, é uma previsão. Ou uma destas na testa. A vossa escolha é fácil. Não vamos gastar mais munições com envelopes”. Ameaça igual recebeu, na sua clínica, o presidente da Assembleia Municipal.
A estranha ocorrência foi, de imediato, participada às autoridades de investigação criminal, a quem informámos das ameaças que ultimamente circulam nas redes sociais.
Não nos antecipando às conclusões a que as perícias laboratoriais conduzirão, adiantamos o que aos poveiros mais atentos parece óbvio: que esta tresloucada ameaça, absolutamente imprópria em meios civilizados e democráticos, não é mais que a tentativa desesperada de uma minoria de impedir a concretização de uma deliberação legitimada pelo voto (explicitamente assumida nas candidaturas autárquicas vencedoras em 2017 e 2021) e sancionada pela instância judicial junto da qual a minoria contestatária interpôs providência cautelar.
Inconformada com a rejeição do seu propósito (e indiferente ao facto de, com manobras dilatórias, ter atrasado em dois anos o arranque da empreitada, lesando o erário municipal com todo o acréscimo de encargos financeiros daí decorrentes), a minoria contestatária, que nas redes sociais se não inibe de exibir a sua “cultura” de ódio às instituições e a quem as dirige, vem agora, com esta ameaça, confessar quanto despreza não só a vida pessoal, mas igualmente as instituições que não acolhem as suas preferências culturais marginais.
Indiferentes às ameaças, e empenhados como sempre em honrar os compromissos que submeteram a sufrágio eleitoral e que colheram alargadíssimo consenso nos órgãos autárquicos municipais, os visados pela ameaça reafirmam que nada os demoverá do propósito de substituir um espaço anacrónico e de esporádica utilização por um palco de permanente promoção da arte e da cultura, reforçando este vetor estratégico de desenvolvimento da cidade.
Póvoa de Varzim, 27 de setembro de 2022
– O Presidente da Câmara,
– O Vice-Presidente da Câmara,
– O Presidente da Assembleia Municipal