Fruto de uma parceria estabelecida entre o Município da Póvoa de Varzim e o Instituto Cervantes, o 23º Correntes d’Escritas rumou a Lisboa, depois de quatro dias de conversas, celebrações, abraços e partilhas na Póvoa de Varzim.
Assim, e na passada segunda-feira, a Mesa 9 do Correntes d’Escritas reuniu os autores de Angola e Espanha Ondjaki, Elena Medel e Manuel Vilas. As reflexões que advieram da última mesa desta edição, moderada por João Morales, giraram em torno do significado da música “Os Argonautas” de Caetano Veloso.
Cada autor à sua maneira, mas todos de forma muito pessoal e intimista, abordaram a consciência da navegação ser precisa na vida. Os participantes ouviram opiniões profundas sobre a necessidade tanto de navegar quanto de viver, ainda que aparentemente – a imprecisão ou a dualidade do vocábulo “preciso” aponta nos dois sentidos – navegar seja possível fazer com precisão mais do que viver a vida.
Manuel Vilas recordou o seu primeiro carro que sentiu ser necessário homenagear, de alguma forma, dando-lhe vida e fazendo dele o seu elemento de navegação. Já Elena Medel recuperou um dos textos, de um livro, daqueles que se escrevem e depois se descartam para, depois, se guardar na gaveta. Ondjaki falou de emoções e sentimentos de forma quase iniciática, remetendo para uma realidade mais mágica e ficcionada.
Depois da sessão em Lisboa, que teve lotação esgotada, continuaram os abraços à volta da Exposição de Daniel Mordzinski “Navegantes de la Balsa de piedra. Retrados de escritores iberoamericanos e lusófonos en el centenário de José Saramago”, a qual contou com a presença da Presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Rio.
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