Durante
a manhã, terá lugar uma Feira promovida pelas Associações de Pais e
Encarregados de Educação.

A tarde
será preenchida com variadas atividades em diferentes pontos da cidade:

14h30 O homem – Cego do Maio – Leitura dos banhos
do casamento do Cego Maio, na Igreja
Matriz

15h00 Condecoração – Receção da Família Real; Imposição
da medalha por D. Luís; Atuação dos alunos da escola de Música, na Praça do Almada

15h40 Simplicidade dos humildes – Brado d’armas,
na Rua da Junqueira

16h00 Questão de Amizade

16h20 Homenagem ao Cego do Maio, no Passeio Alegre

16h50 Atuação de rancho infantil da Escola
E.B1/JI do Século 

17h00 Lanche na praia, no Areal Fátima da Rosa

À noite,
a partir das 21h00, as iniciativas
irão decorrer no Diana Bar, de
acordo com a seguinte programação:

21h15 Rancho
Poveiro

21h30
Lançamento do livro Era uma vez um
pescador

21h45 Ladainha
das lanchas – Clube de Teatro

22h00 Canções
do Mar – Clube de Música

22h15
Poesia do mar – Fátima Veloso

22h30 Atribuição
de prémios – Concurso “ Aventuras e desventuras do Cego do Maio”

22h45 Um
herói poveiro! – Clube de Teatro

 

Biografia Cego do Maio

José Rodrigues
Maio, filho de pescador, nasceu a 8 
de  Outubro  de 1817 
na  Rua  dos 
Ferreiros.  Casou com Ana Areias,
de quem teve filhos e faleceu aos 67 anos.

Pescador
sardinheiro, José Rodrigues Maio, o “Tio Maio”, como era tratado na comunidade
piscatória, conhecia bem o mar… e, fez inúmeros salvamentos.

A sua
“cegueira” em ajudar o próximo, ter-lhe-á valido a alcunha de “Cego do Maio”.

Entre
1868 e 1882 foi galardoado  com nove  medalhas. 
Recebeu-as com distinção e por “Mérito, Filantropia e Generosidade”.

O
rei  D. 
Luís  atribuiu-lhe  no 
Porto,  uma medalha   de  
ouro   e   a   nomeação   de “Cavaleiro  da 
Antiga  e  Muito 
Nobre  Ordem de Torre e espada, do
Valor, Lealdade e Mérito” .

Foi
nomeado em 1881 patrão do primeiro salva-vidas poveiro pelo Presidente da
Câmara, Pereira Azurar, seu grande amigo. 

Em 1909,
no Passeio Alegre inaugurou-se um busto, em sua honra.

Das
aventuras e desventuras do Cego do Maio, conta-se que, após a condecoração pelo
rei D. Luís e de regresso à Póvoa, ao passar pelo quartel da antiga guarda
municipal,  no  Carmo, 
por  ter  ao peito 
a  medalha,  a 
sentinela  ao  vê-lo, precipitou-se  e  fez  o 
“brado  d`armas”.

Então, o
Cego do Maio, apanhou tamanho susto, desatando a correr,  seguido do 
seu  amigo  Apolinário, 
que  aos  gritos bem o chamava e tranquilizava… Era um
humilde pescador!

Conta-se
que a 4 de novembro de 1883, dia de eleições e, porque o Cego do Maio se
atrevera anunciar dias antes, que ia mudar o seu sentido de voto – iria  votar em 
Pereira  Azurar,  Progressista, 
foi,  então  abordado 
em  tom  provocatório 
pelo filho do Presidente da Câmara em exercício, Regenerador e também
“candidato”.         

Alegando
que o pai também era seu amigo, protetor 
e  pedindo-lhe  satisfações, 
o  Cego  Maio 
resolveu  de  forma simples 
a  questiúncula…  pespegou-lhe quatro  sopapos 
e  afirmou,  “Eu 
penso pela  minha  cabeça…” 
Foi  chamada  a polícia, formulada queixa, mas felizmente o
Cego do Maio não chegou a ser julgado em tribunal, porque, entretanto falecera.

Atualmente a Câmara Municipal ostenta no seu salão
nobre o retrato do Cego do Maio, a óleo, de corpo inteiro, da autoria de Lino
da Costa Nilo, 1887.