Póvoa de Varzim, 29.05.2012 - No dia 6 de junho, quarta-feira, o Agrupamento Vertical de Escolas Cego do Maio irá prestar homenagem ao seu patrono.
Durante
a manhã, terá lugar uma Feira promovida pelas Associações de Pais e
Encarregados de Educação.
A tarde
será preenchida com variadas atividades em diferentes pontos da cidade:
14h30 O homem – Cego do Maio – Leitura dos banhos
do casamento do Cego Maio, na Igreja
Matriz
15h00 Condecoração – Receção da Família Real; Imposição
da medalha por D. Luís; Atuação dos alunos da escola de Música, na Praça do Almada
15h40 Simplicidade dos humildes – Brado d’armas,
na Rua da Junqueira
16h00 Questão de Amizade
16h20 Homenagem ao Cego do Maio, no Passeio Alegre
16h50 Atuação de rancho infantil da Escola
E.B1/JI do Século
17h00 Lanche na praia, no Areal Fátima da Rosa
À noite,
a partir das 21h00, as iniciativas
irão decorrer no Diana Bar, de
acordo com a seguinte programação:
21h15 Rancho
Poveiro
21h30
Lançamento do livro Era uma vez um
pescador
21h45 Ladainha
das lanchas – Clube de Teatro
22h00 Canções
do Mar – Clube de Música
22h15
Poesia do mar – Fátima Veloso
22h30 Atribuição
de prémios – Concurso “ Aventuras e desventuras do Cego do Maio”
22h45 Um
herói poveiro! – Clube de Teatro
Biografia Cego do Maio
José Rodrigues
Maio, filho de pescador, nasceu a 8
de Outubro de 1817
na Rua dos
Ferreiros. Casou com Ana Areias,
de quem teve filhos e faleceu aos 67 anos.
Pescador
sardinheiro, José Rodrigues Maio, o “Tio Maio”, como era tratado na comunidade
piscatória, conhecia bem o mar… e, fez inúmeros salvamentos.
A sua
“cegueira” em ajudar o próximo, ter-lhe-á valido a alcunha de “Cego do Maio”.
Entre
1868 e 1882 foi galardoado com nove medalhas.
Recebeu-as com distinção e por “Mérito, Filantropia e Generosidade”.
O
rei D.
Luís atribuiu-lhe no
Porto, uma medalha de
ouro e a nomeação de “Cavaleiro da
Antiga e Muito
Nobre Ordem de Torre e espada, do
Valor, Lealdade e Mérito” .
Foi
nomeado em 1881 patrão do primeiro salva-vidas poveiro pelo Presidente da
Câmara, Pereira Azurar, seu grande amigo.
Em 1909,
no Passeio Alegre inaugurou-se um busto, em sua honra.
Das
aventuras e desventuras do Cego do Maio, conta-se que, após a condecoração pelo
rei D. Luís e de regresso à Póvoa, ao passar pelo quartel da antiga guarda
municipal, no Carmo,
por ter ao peito
a medalha, a
sentinela ao vê-lo, precipitou-se e fez o
“brado d`armas”.
Então, o
Cego do Maio, apanhou tamanho susto, desatando a correr, seguido do
seu amigo Apolinário,
que aos gritos bem o chamava e tranquilizava… Era um
humilde pescador!
Conta-se
que a 4 de novembro de 1883, dia de eleições e, porque o Cego do Maio se
atrevera anunciar dias antes, que ia mudar o seu sentido de voto – iria votar em
Pereira Azurar, Progressista,
foi, então abordado
em tom provocatório
pelo filho do Presidente da Câmara em exercício, Regenerador e também
“candidato”.
Alegando
que o pai também era seu amigo, protetor
e pedindo-lhe satisfações,
o Cego Maio
resolveu de forma simples
a questiúncula… pespegou-lhe quatro sopapos
e afirmou, “Eu
penso pela minha cabeça…”
Foi chamada a polícia, formulada queixa, mas felizmente o
Cego do Maio não chegou a ser julgado em tribunal, porque, entretanto falecera.
Atualmente a Câmara Municipal ostenta no seu salão
nobre o retrato do Cego do Maio, a óleo, de corpo inteiro, da autoria de Lino
da Costa Nilo, 1887.