Para celebrar o Dia dos Namorados, o Pelouro do Desenvolvimento Económico da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim organizou uma mostra com a coleção particular de Amélia Mouta, cidadã bracarense “adotada” pela nossa cidade quando casou com um poveiro. Os 32 lenços que vão estar em exposição foram bordados por esta antiga professora que, ao longo da sua vida profissional, tentou incutir este gosto aos seus alunos e colegas.

Os Lenços de Namorados eram bordados, no século XVII, em ponto de cruz, a preto e vermelho. Estes eram lenços feitos por bordadeiras de classe social mais elevada, que possuíam conhecimentos mais aprofundados da arte de bordar, não só pelo ponto em si, mais elaborado e demorado, mas também pelo rigor e estudo da simetria que denotam e pela erudição que transparece dos elementos decorativos utilizados.

É, a partir destes Lenços que surge um modelo mais popular, com quadras de amor muito ingénuas e muitos erros ortográficos dada a transposição da linguagem oral minhota), policromados (o típico colorido minhoto), sobretudo em ponto-pé-de-flor (muito mais fácil), bordados em linho mas também em algodão, com uma decoração menos geométrica e mais variada.

A rapariga bordava um lenço para um rapaz de quem gostava e caso este o aceitasse e usasse ao pescoço ou no casaco, o compromisso entre os dois estava assumido com vista a um futuro casamento. Se o rapaz não estava interessado naquela rapariga devolvia-lhe, simplesmente, o lenço.