O Voto de Pesar foi apresentado na Reunião do Executivo de ontem e aprovado por unanimidade.

“A tragédia que acaba de se abater sobre Pedrogão Grande, que se traduziu na perda de mais de 60 vidas e na devastação da maior riqueza daquele município, convoca solidariamente a nossa dor e o nosso luto ao mesmo tempo que nos confronta com as vulnerabilidades de um país que longamente persistimos em ignorar. A Câmara da Póvoa de Varzim, hoje reunida, transmite à sua congénere de Pedrogão Grande o seu mais profundo pesar que sentimos, partilhado pela população deste concelho”.

Questionado sobre a prevenção e o plano de atuação contra incêndios, Aires Pereira afirmou que “apesar da Póvoa de Varzim ter pouca área florestal existe um plano de emergência aprovado, um dispositivo montado em conjunto com os Bombeiros, todos os dispositivos de combate são verificados regularmente e há brigadas no terreno (Proteção Civil e Bombeiros) a vigiar.

O que não há, segundo o autarca, é a colaboração dos proprietários de terrenos no que diz respeito à salvaguarda da nossa floresta. “Com estes últimos acontecimentos há-de haver uma mudança que permita às entidades públicas preservar a natureza e, sobretudo, proteger as pessoas. As pessoas resistem muito ao cumprimento da lei”. De qualquer forma, sublinha o Presidente da Câmara, “nunca estamos preparados para um incêndio. Podemos estar prevenidos, mas nunca preparados”.

O edil confirmou, ainda, o ”grande entendimento entre a Proteção Civil e os Bombeiros e reiterou a sua total confiança na experiência e conhecimentos do Coronel Paulo Esteves, Assessor da Presidência na área da Polícia Municipal e Proteção Civil”, e cuja integração na equipa é uma enorme mais-valia.

Um Voto de Pesar foi também aprovado pelo falecimento de António da Conceição, fundador, presidente e dirigente da Banda Musical da Póvoa de Varzim ao longo de cerca de 60 anos, presidente da Cooperativa “A Familiar” e diretor do Clube Naval Povoense. 

“O município tinha distinguido António da Conceição, em 2011, com a Medalha de Reconhecimento Poveiro. Foi um cidadão que, como então se evocou, nunca esperou que fossem os outros a fazer o que estava ao seu alcance porque não esperou pela reforma para inventar o tempo que a sua cidadania reclamava e que quando tantos se limitam a aguardar, na passividade de uma cidadania cinzenta, o que a sociedade e os poderes lhes podem dar (…), percebeu, muito jovem, que só uma cidadania proactiva, traduzida na intervenção e na dádiva, pode melhorar estruturalmente a comunidade”.

António da Conceição foi um dos maiores símbolos da participação cidadã através do movimento associativo, fosse na Banda de Música (desde 1947), no Clube Naval Povoense, n’Familiar ou no Varzim. Foi também membro da Assembleia de Freguesia da Póvoa de Varzim e da Assembleia Municipal.