Para
José de Azevedo, a Associação Comercial – agora designada de Associação
Empresarial – foi a instituição mais importante que a Póvoa de Varzim teve
desde a sua fundação. Fundada em 1893, era constituída por elementos bons da
sociedade e tinha grande poder na nossa cidade, informou. O jornalista poveiro
revelou ainda que, conforme é relatado em jornais da época, as homenagens a
grandes heróis poveiros eram realizadas pela Associação Comercial. Como
exemplo, José de Azevedo referiu que o “Estrela Povoense” noticiou a homenagem
que a Associação prestou a Patrão Lagoa, reunindo a melhor sociedade da Póvoa.
“Talvez não houvesse lugar tão digno como aquele para terem lugar estas
cerimónias e era lá também que decorriam grandes bailes e festas da época”,
concluiu enaltecendo o grande peso da Associação do ponto de vista social.

José de
Azevedo afirmou ainda que a Associação Comercial foi o embrião do Casino pois
foi graças ao voto de confiança e investimentos dos homens da instituição que a
criação da zona de jogo na nossa cidade se concretizou. “A partir da criação do
Casino houve um grande crescimento a todos os níveis, nomeadamente comercial e
turístico”, informou acrescentando que “nos meses de Verão, a Póvoa tinha mais
movimento do que as praias do sul do país”.

Fernando
Linhares também se referiu à atractividade da nossa cidade, à qual se
deslocavam muitas pessoas dos concelhos vizinhos para fazerem compras. “A gente
de Trás-os-Montes vinha à Póvoa ver cinema e adquiria produtos que ainda não
existiam na sua região”, revelou Fernando Linhares contando que as pessoas que se
dedicavam ao comércio eram sobretudo de fora da cidade porque a maioria da
população local dedicava-se à pesca.

Os
convidados foram unânimes em reconhecer que o comércio tradicional na Póvoa de
Varzim sofreu uma estagnação a partir do momento em que proliferou a abertura
das grandes superfícies nas regiões limítrofes. Fernando Linhares considera que
as populações já estão habituadas aos grandes espaços, que estão muito bem
montados, e, como tal, “será difícil mudarem os hábitos”. José de Azevedo
também considera que a ida ao hipermercado é mais prática para as pessoas e, na
sua opinião, o comércio tradicional só vingará se modernizar as suas
instalações e formar o seu pessoal.

Segundo José de Azevedo, a dinamização e divulgação
da gastronomia e artesanato poveiros são factores importantes para o fomento do
comércio e do turismo na nossa cidade, afirmando que “se impusermos a nossa
cozinha tradicional, o comércio e a Póvoa sairão a ganhar”.