O Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, transmitiu que “cada vez temos que dar mais prioridade à faixa de população mais desabrigada e que, naturalmente, precisa da nossa ajuda, uma vez que vamos sendo confrontados, todos os dias, com esta questão do Estado se demitir cada vez mais de cuidar das pessoas e falhar redondamente como tem falhado nos últimos tempos”, constatou.

Portanto, “nesta e noutras valências, há necessidade de nos reorganizarmos e darmos respostas locais a este tipo de problemas quer seja no âmbito da infância, da terceira idade ou da violência doméstica”, reconheceu Aires Pereira.

O Presidente aproveitou a presença de vários representantes de instituições poveiras para as desafiar a “serem criativas e apresentarem projetos para que com a autarquia, num verdadeiro espírito colaborativo, possamos ter cada vez respostas mais integradas para questões que começam a ser demasiado recorrentes sob o ponto de vista de necessidade de intervenção do Município”. A este propósito, lamentou que “hoje, infelizmente, a Administração Central não está presente, nem tem respostas”.

O edil terminou referindo que “é um novo capítulo que se abre e em que o Município, enquanto for presidido por mim, tudo fará sendo as pessoas a prioridade”.

A Presidente da Direção da Delegação da Póvoa de Varzim da Cruz Vermelha Portuguesa, Luísa Tavares Moreira, considera tratar-se de um projeto de grande importância no apoio à vítima e para o qual a Cruz Vermelha não teria, neste momento, capacidade financeira para recrutar técnicos para o efeito.

Luísa Tavares Moreira esclareceu que este apoio obriga a contratação de “um psicólogo e de um técnico social para, nas 72 horas em que as famílias ficam connosco poder dar-lhes todo o apoio e procurar inclusivamente um espaço para onde elas possam seguir”. Realçou outro aspeto importante: “a vítima poder fazer-se acompanhar de ascendentes ou descendentes, não se sentindo tão deslocada do seu meio”.

A Presidente da delegação poveira revelou que “não haverá muitas autarquias a dar este passo em frente para ceder, em primeiro lugar, um apartamento, e em segundo, pagar os técnicos”. Portanto, “cabe à Cruz Vermelha a responsabilidade de não falhar e fazer o melhor possível”, assegurou, confiante de que “os técnicos que vão estar ao serviço desta unidade de apoio à violência vão fazê-lo bem”.

A Vereadora da Coesão Social, Andrea Silva, reiterou que “este é um passo muito importante naquilo que vem sendo discutido nas reuniões anuais da Rede Social: necessidade de termos um local para acolher as pessoas temporariamente que permitisse que não percam o emprego ou os filhos não faltem à escola. Esta é uma resposta local às necessidades diagnosticadas, na qual a Cruz Vermelha terá um papel fundamental no acompanhamento das pessoas nas 72 horas”.