Porém, o Correntes d’Escritas não fica adormecido de um ano para o outro. De facto, para além da próxima edição estar já a ser preparada, decorre ainda a exposição “Quartos d’Escritas”, patente, até 31 de Março, na Biblioteca Municipal. Com fotografias da autoria do argentino Daniel Mordzinski, a exposição retrata escritores em quartos de hotel, dando a oportunidade ao visitante de “entrar” na intimidade de escritores como José Saramago, Luís Sepúlveda ou Agustina Bessa-Luís. Desta exposição nasceu um catálogo, da autoria de Henrique Cayatte, que reúne todas as fotografias expostas, algumas delas tiradas no Novotel Vermar, aquando de estadias dos escritores para participarem no Correntes d’Escritas.
Mais de 60 escritores, nove mesas de debate, quase uma vintena de livros lançados, espectáculos de teatro, exibição de documentários e uma exposição fotográfica. É assim, em poucas palavras, que se define o que a Póvoa de Varzim acolheu entre 6 e 10 de Fevereiro, mas é muito mais do que isto que define o Correntes d’Escritas – Encontro de Escritores de Expressão Ibérica que, a 10 de Fevereiro, encerrou a sua 8ª edição.  

Marcado, uma vez mais, pelo sucesso e pela cumplicidade desenvolvida entre convidados e público, o “Correntes”, este ano, alargou o seu âmbito de discussão a outras artes, como a música, o teatro e o cinema. O público correspondeu ao desafio, enchendo, em cada uma das nove mesas, o Auditório Municipal, com uma lotação perto dos 300 lugares. A Casa da Juventude foi sempre demasiado pequena para aqueles que assistiam ao lançamento de livros, as visitas dos escritores a algumas das escolas prolongaram-se para além da hora, fruto do interesse mútuo entre alunos e escritores pelas conversas que ali nasceram, a Feira do Livro foi, uma vez mais, um sucesso de vendas.

Ana Luísa Amaral e Nuno Atalaia Rodrigues foram as figuras de destaque, quer na Sessão de Abertura, onde os seus nomes foram anunciados, quer na Sessão de Encerramento, altura em que receberam os prémios por terem vencido, respectivamente, o Prémio Literário Casino da Póvoa e o Prémio Literário Correntes d’Escritas Papelaria Locus. Lídia Jorge foi homenageada na revista Correntes d’Escritas VI, Nélida Piñon deliciou a plateia com a sua conferência sobre “A Memória Secreta da Mulher” e Daniel Mordzinski inaugurou, como já foi referido, “Quartos de Escrita”.  Tanto o catálogo resultante desta exposição como a revista Correntes d’Escritas VI podem ser adquiridos na Câmara Municipal.
Depois da Póvoa, o Correntes d’Escritas abriu caminho até Lisboa, em parceria com o Instituto Cervantes, local onde decorreram duas mesas de debate, também com sucesso, mas com um público mais homogéneo do que aquele que vem à Póvoa.

publico

O público é, de facto,  o elemento central do Correntes d’Escritas, que não  é um evento que vive para si mesmo, antes dependendo, e muito, do público, que chega um pouco de todo país e que se revela, na sua grande maioria, agradado com o formato do “Correntes”, que permite o florescer das cumplicidades, as conversas informais de corredor com os nossos escritores, a partilha de opiniões, saberes e risos. É um público heterogéneo, maioritariamente constituído por professores e também alunos, das mais variadas idades.

Para breve, vão ser divulgados os regulamentos dos dois prémios literários – Casino da Póvoa e Correntes d’Escritas Papelaria Locus, que para o ano vão premiar um conto ou romance. 

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